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Pensamentos Nómadas

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WHITE HELMETS: Channel 4, BBC, The Guardian – Arquitectos da guerra 'humanitária' - PARTE 2/4, por Vanessa Beeley

19.02.18 | Luís Garcia

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Vanessa Beeley POLITICA SOCIEDADE 

 

Eu guardei a apologia de terrorismo do Channel 4, para a posteridade, aqui no site do 21st Century Wire: Channel 4 Joins CNN in Normalising Terrorism, Then Removes Their Own Video

 

Antes do ataque verbal do The Guardian e de Solon contra jornalistas e analistas que expuseram o lado mais negro dos White Helemts, o Channel 4 havia já experimentado as suas armas de "verificação de factos" contra a jornalista independente Eva Bartlett, numa tentativa de silenciar as críticas aos aparentemente intocáveis White Helmets. O ataque foi por água abaixo quando, recentemente, Bartlett respondeu aos tiros falhados com um estrondoso contra-ataque de factos e intensas análises produzidas no terreno

 "Tivesse o The Guardian tido intenções honestas no seu artigo sobre os White Helmets, e talvez tivessem investigado os muito membros dos White Helmets com ligações à al-Qaeda e a grupos extremistas afiliados. Aqui fica apenas um exemplo que mostra a fidelidade de mais de 60 membros dos White Helmets à al-Qaeda e a outras organizações terroristas"

 

Julgo que "intenções honestas" é algo fora do alcance deste media colonialistas cujas 'intenções' são as de apresentar a corrupta e criminosa ‘civil defence’ da Frente al-Nusra enquanto louvados "heróis" e "salvadores da humanidade inteira" enquanto que as provas do contrário ficam a acumular pó num canto da casa.

 

Durante a libertação de Aleppo Oriental do Exército Árabe Sírio contra os ocupantes terroristas, o que vimos foi o Channel 4 fazendo apologia dos White Helmets. Jon Snow nunca se desviou da sua narrativa mesmo quando uma simples análise no Google Maps desmontou o relato dos White Helmets sobre os eventos ocorridos em Jib Al Qubbeh, que mais não foi do que um criminoso encobrimento de factos.

 

Leia a reportagem in locu de Vanessa Beeley: WHITE HELMETS: The Jib-Al-Qubeh War Crime in Aleppo, Denied by Channel 4

 

 

(barris-bomba... lançados pelas forças aéreas da Síria e da Rússia)

 

Podemos adicionar a CNN, o Huffington Post e muitos outros a este grupo, mas quero deixar bem identificados os 3 mais proeminentes apologistas dos White Helmets, que têm influenciado a opinião pública no Reino Unido e no resto do mundo. Vejam Becky Anderson da CNN entrevistando Firas Fayyad (realizador de Last Men in Aleppo) em Davos, após a exibição pública do seu filme.

 

Anderson nunca questiona a ausência da Frente al-Nusra no enredo do Last Men in Aleppo, apesar do facto de ocuparem Aleppo Oriental durante o período de tempo no qual Fayyad supostamente aí andou a filmar, ao mesmo tempo que o Exército Árabe Sírio avançava nessa parte da cidade e obrigava as forças terroristas lideradas pela Frente al-Nusra a recuar e a renunciar ao controlo de áreas civis. Este documentário horrivelmente faccioso é aceite como  sendo um retrato irrefutável da vida em Aleppo Oriental produzido por "jornalistas" de media corporativos que não se desviam um milímetro do roteiro neocolonialista aprovado por Hollywood.

 

 

(Como é viver no inferno? O realizador sírio @firasfayy foi preso e torturado enquanto filmava o documentário "Last Men in Aleppo" nomeado para um óscar.)

 

Um bom exemplo de uma resposta por escrito contra qualquer questionamento sobre as sinistras actividades dos White Helmets foi feito por Andrew Mitchell, antigo secretário de estado responsável pelo britânico Department for International Development, em resposta às investigatórias perguntas de Afshin Rattansi sobre o financiamento dado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido a grupos terroristas na Síria sob o pretexto de prestar ajuda "não-letal" à "oposição síria".  

 

Assista a esta parte da entrevista do Going Underground da RT:

 

 

Portanto, já chegámos à conclusão que, no geral, os media corporativos do mundo inteiro protegem a organização White Helmets de quaisquer ataques, e que os seus principais protectores parecem ser o The Guardian, a BBC e o Channel 4. Os guiões aos quais aderem, emanam da agência de relações públicas Syria Campaign, dos próprios White Helmets e de James Le Mesurier, o ex-militar britânico e actual operador de "segurança privada" responsável pela criação dos White Helmets em Março de 2013 na Turquia. Ninguém se desvia um milimetro sequer deste guião, mesmo quando confrontados com irrefutáveis provas que vão no sentido contrário. Exemplos da BBC recitando o guião de Le Mesurier podem ser encontrados aqui e aqui

 

Oiça Martin Quinn, do Tipperaray Peace Prizeaderindo teimosamente ao guião do White Helmets quando confrontada pelas invulgarmente desafiantes questões de Audrey Carville no programa Morning Ireland (da RTE). Carville pergunta a Quinn como pode esta verificar a veracidade dos supostos 100.000 resgates efectuados por este grupo; Quinn diz à audiência que a informação provém dos próprios White Helmets e que, portanto não foi verificada, mas sem dúvida que é verdade.

 

Carville volta a fugir ao guião, chamando a atenção para o facto dos White Helmets terem participado em terroristas execuções de civis na Síria; como seria de esperar, Quinn volta a trazer o guião para a discussão, acusando "os trolls russos e a propaganda de Assad" de estarem por detrás dessas críticas, apesar dos próprios White Helmets terem admitido que membros da sua organização chegaram a andar armados, e que foram depois "demitidos" por terem participado no assassínio de civis e de prisioneiros de guerra das Forças Armadas Sírias e no desmembramento dos seus corpos. 

 

Uma vez mais, pergunto: e se fossem funcionários da Cruz Vermelha, haveriam de ser absolvidos do crime de assassínio com um simples "despedimento"; ou teriam de ser levados perante um tribunal de direitos humanos, e os seus patrocinadores serem responsabilizados por esses crimes? No caso dos White Helmets, os patrocinadores são: EUA, Reino Unido, UE, Holanda, Alemanha, Catar, Turquia, Nova Zelândia, Austrália e outros membros da coligação liderada pelos EUA que infligem uma guerra híbrida à Síria, combinada com o financiamento de um bom número de agentes de propaganda como o Syria Campaign, o Jo Cox Fund, o Independent Diplomat, ou o Mayday Rescue.

 

Vale a pena ouvir esta entrevista da RTE, para se poder compreender o quão difundido tem sido o "guião" dos White Helmets, e o quão incorporado está na mente daqueles que são encarregados de defender esta organização. Devemos nos questionar se 'respeitar o alinhamento partidário' é consensual ou obtido através de coerção; ou se descemos tão fundo numa espécie de abismo moral que, assassínio, tortura e exploração de crianças, são ofensas castigáveis com simples "despedimentos"?

 

Uma vez identificadas as respostas pré-organizadas do tal guião, é fácil cruzá-las com toda e qualquer entrevista ou artigo escrito sobre os White Helmets, exercício que deveria levar a colocar a questão: será esta uma história genuína  ou uma pré-fabricada campanha de marketing? 

 

 

Mas, afinal, quem de facto está por detrás da pré e da pós-produção, da promoção e que dá apoio a esta inundação de projectos de glorificação dos White Helmets?

 

Sugiro que averigue a Doc. Society (antiga Britdoc), sediada no Reino Unido e em Nova Iorque, e que é uma "organização sem fins lucrativos, fundada em 2005, focada no apoio à criação de grandes filmes documentais e em fazê-los chegar ao público mundial". 

 


Campanha de rebranding do Britdoc, que agora se chama Doc Society. 

 

CONTINUA

Vanessa Beeley, 01.02.2018

 

Leia a 1ª parte aqui

Leia a 3ª parte aqui

Leia a 4ª parte aqui

 

traduzido para o português por Luís Garcia

versão original em inglês: WHITE HELMETS: Channel 4, BBC, The Guardian – Architects of ‘Humanitarian’ War

 

 
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