Viva Trump! (2/3), por Luís Garcia
Protestos
Gosto muito de um provérbio chinês(?) que reza "não peças nunca aquilo que não podes obter pela força". Se queres algo cujo acesso é fisicamente impossível, mesmo que pelo uso da força, então para quê pedi-lo em primeiro lugar. Os protestos exigindo que Trump seja "preso" sabe-se lá por que razão caem nesta categoria. Com tantas provas incriminando Hillary de crimes de guerra, financiamento de terrorismo e organização criminosa-terrorista, por que raio querem prender Trump por não-crimes ou não-delitos não cometidos? Qual é o problema desta malta? Mais, há quem exija, em cânticos e cartazes, a "deportação" de Trump! Isso, querem que um cidadão dos EUA seja deportado para fora dos EUA (algo que nunca acontece mesmo para o pior dos crimes, mania típica de impérios arrogantes) pelo atroz crime de ter ganho eleições democráticas na "terra da democracia e da liberdade"? Como assim? As explicações que oiço da populaça bem-pensante protestando são do género "ah, porque ele é racista, xenófobo e sexista"! Ora essa, ele e pelo menos metade dos norte-americanos! Mas e que tem isso a ver com ganhar eleições democráticas (aparentemente) limpas? Outros argumentam que Trump não é o presidente deles, por não terem votado nele e por não partilharem os mesmos valores, tendo portanto Trump a "obrigação de resignar" (resignar antes de tomar posse, hehe). Como assim? Não votaram nele, tudo bem, mas outros 60 milhões votaram (representando 60% dos estados do país). Se não aceitam que o candidato vencedor tenha o direito de governar, então, pobres bem-pensantes progressistas, tanto orgulho têm vocês por um sistema (democrático) que, ou não entendem, ou não gostam, ou as duas coisas!
Depois há pior ainda, protestos contra os horrores que Trump ainda não cometeu, protestos violentos, destruindo propriedade privada, vandalizando viaturas estacionadas e atacando viaturas em andamento, destruindo propriedade pública de todos os norte-americanos cuja destruição em nada poderá afectar o facto que Trump ganhou as eleições de forma democrática. Ou, ver como já vi, apoiantes de Trump serem espancados quase até à morte por protestantes anti-Trump!?! Então, rejeitam Trump por ser (supostamente) a personificação do ódio (hate), temem a caça a gays e o linchamento de pretos a la Ku Klux Klan e, com receio que tal ordem desordenada seja implementada por Trump, reagem actuando da mesmíssima forma? Ah, bela América dos bushianos "ataques preventivos"!
Se realizassem protestos violentos contra alvos conhecidos e reconhecidos pelos seus crimes e pelos seus comportamentos fora da legalidade como, por exemplo, atacar edifícios da CIA em reacção aos raptos e torturas perpetrados pelos seus criminosos agentes por esse mundo fora, compreenderia bem, dada a legitimidade do uso da força (se necessária) para restabelecer a ordem legal. Se realizassem protestos pacíficos contra o regime de Obama e Clinton por esse criar organizações criminosas e por esse organizar a destruição de vidas e países inteiros utilizando estes, tudo bem. Agora, em democracia, protestar violenta ou pacificamente por o seu bandido preferido ter tido menos votos que o outro... não dá para compreender, mesmo!
Outra facto que não compreendo é o da impunidade com que todos estes mimados bem-pensantes progressistas amigos do ambiente e dos gays partem tudo, queimam tudo, incendeiam tudo, sem que sejam espancados à bruta e mortos pela polícia. Quando em 2012, nos mesmos EUA, manifestantes pacíficos gritavam slogans dos 99% contra o establishment, a polícia não tinha pudor nenhum em, por exemplo, encher de gás pimenta as caras de protestantes sentados imóveis e já algemados. Todos os meses nos EUA morrem pretos abatidos a tiro por polícias que alucinando crêem ver nas mãos das suas vítimas armas que afinal não são armas mas sim barras de chocolate ou telemóveis. E cometem bárbaros crimes do género com a maior das naturalidades. Agora vejo protestantes (pretos e brancos) anti-Trump partindo e queimando tudo cara a cara com a polícia e... está tudo bem!
Voltando ao provérbio chinês, protestos defendendo que "Trump tem de ir embora" estão ainda, se quiserem, noutra categoria. Esse desejo que Trump se vá, inclusive antes mesmo de tomar posse, pode ser alcançado pela força, sem dúvida, mas só num contexto de desrespeito pelas regras do estado moderno democrático que é suposto idolatrarem! Só se os defensores da ordem democrática (muitos deles prestes a morrer em guerras inventadas além-fronteirasa contra inexistentes ameaças à sua amada ordem democrática) decidirem romper a ordem e a legalidade democrática, o que não faz sentido nenhum. É que, para obterem de facto, e pela força, aquilo que pedem, os protestantes violentos terão de passar à rebelião armada e, nesse caso, serão bem mais criminosos que Trump bem antes que Trump comece a ser! Que murcões! Mas enfim, se é isso que querem, porque não apelam aos implementadores da norte-americana receita de "regime change" (mudança de regime)?
De golpes à Soros ao 19 de Dezembro
Pelos vistos aqueles que chamaram Trump de louco paranóico por este afirmar que os protestos pós-eleições foram pagos e organizados pela posição derrotada... afinal enganaram.se de novo! Não acertam uma, pois provas não faltam. Dando uso às suas inúmeras organizações (criminosas) dedicadas à ignóbil arte de mudança de regime em países que não se vergam ao despotismo económico dos EUA (Ucrânia 2013, Líbia 2011, etc), parece que, apesar da idade avançada, George Soros ainda não se enjoou de servir o establishment. Muito útil a Clinton e Obama aquando do golpe de estado ucraniano orquestrado pelo governo desses dois terroristas e que meteu ao poder uma mistela de FMI, milionários caseiros e organizações neo-NAZI's, Soros, através das suas agências, parece determinado a tudo fazer para sabotar o governo do senhor que roubo o lugar à sua querida amiga Hillary. A prepotência deste financiador da campanha de Clinton é tanta que nem sequer se vê na necessidade de esconder a sua participação na criação de protestos nos EUA após os resultados eleitorais. No próprio site de uma das suas principais organizações de mudança de regime, a MoveOn.org, está escrito e passo a citar "Duas horas após a mobilização, os membros da MoveOn criaram mais de 200 encontros pelo país inteiro, com os números continuando a subir na quarta-feira à tarde". "Encontros" é eufemismo para protestos violentos, claro está. Da mesma forma que patrocina (ilegal e criminosamente) protestos em países como a Venezuela, da mesma forma como mobilizaram protestos anti-Trump durante a campanha, parece que agora irão, com protestos violentos, tentar inviabilizar também a governação de Trump, inclusive antes deste começar a governar! Ao contrário do repúdio pelo caso venezuelano, onde esta malta tudo tem feito para eliminar pela violência e pelo terrorismo económico o governo verdadeiramente socialista eleito de forma democrática, no caso norte-americano inclino-me mais a bater as palmas. Sim, força, desatem um conflito violento a nível interno, contra um presidente democraticamente eleito! Força, por uma vez ocupem-se fazendo-o dentro das vossas fronteiras e deixem o mundo em paz!
E quem diz conflito violento diz até guerra civil, força, pode ser que apareçam de para-quedas vindos do nada umas obscuras organizações fundamentalistas cujos membros têm por hábito encenar hollywoodescamente decapitações de jornalistas raptados. Ideias não faltam nestas cabecinhas de Soros e companhia para começar uma brincadeira do género.
Na minha opinião, a melhor delas é a do abaixo assinado (já com centenas de milhares de assinaturas) no qual se exige/pede/recomenda aos delegados republicanos eleitos nesta eleição indirecta de 8 de Novembro que, quando forem chamados a formalizar o seu voto no dia 19 de Dezembro, desrespeitem a escolha democrática dos eleitores dos estados que representam e optem por Hillary Clinton. Pelos vistos, nuns estados é possível fazê-lo sem se sofrer consequências nenhumas. Nos restantes também é possível, apesar do castigo ser uma multa simbólica. Nunca tal aconteceu, não acredito que aconteça, mas adoraria que acontecesse. Sim, mostrai de uma vez por todas ao mundo que o vosso sistema eleitoral indirecto é tudo menos democrático, ahah! E sim, roubai com um golpe sujo a presidência ao eleito dessas massas de racistas chauvinistas patriotas armados até aos dentes, sim, excelente ideia. Juntai esses grunhos violentos aos progressistas bem-pensantes anti-Trump pelos vistos também muito violentos e pode ser que tenhamos um Euromaidan vezes um milhão. E sim, tragam de volta as vossas tropas das mais de 800 bases militares espalhadas pelo mundo e usem-nas, para variar, no massacre de civis norte-americanos. O mundo agradecerá. Com dinheiro, energia e vidas desperdiçadas numa guerra civil interna, o mundo será um lugar bem mais seguro para a restante humanidade.
Chantagem emocional VIP
Para acabar por hoje, quero dizer que os ricos mega privilegiados da sociedade norte-americana que prometeram deixar o país em caso de vitória de Trump não são (caso ainda houvessem dúvidas) de facto nada mais que merda-humana. É que prometer abandonar um país governado pela encarnação do demónio até passa, mal mas passa. Passa mal porque antes de Trump tantas outras encarnações do demónio, como Obama ou Bush, por lá governaram e então esta malta parecia estar noutra sintonia. Passa mal porque quando se é milionário hiper-mega-privilegiado dificilmente se pode ser afectado pela governação política do seu país. Mas enfim, até passava esta choradeira toda, se agora se fossem mesmo embora.
No entanto não, nenhum dos mimadinhos famosos e milionários cumpriu a promessa e alguns já vieram inclusive confirmar que não irão cumpri-la. Neste caso, o caso é sério. Afinal não se tratavam de promessas mas sim de ameaças e chantagem emocional. Esses mimadinhos privilegiados nunca colocaram sequer a hipótese de abandonar o país em caso de vitória de Trump, pelo contrário, abusando maquievelicamente do mediatismo que possuem, pressionaram com chantagem emocional os seus fãs para que estes votassem em Clinton. Estavam certos que a ameaça de partir atrairia tantos votos de seus fãs para Clinton que, com a vitória "óbvia" de Clinton a "necessidade" de partida não se realizaria, hehe, cambada de idiotas! E uma vez mais ficou comprovado que a maioria destas estrelas, famosos e VIP's pouco mais fazem na vida que comer, beber, cagar, mijar e... lobotimizar ovelhada! Ahahaha!
- Como não tenho paciência para analisar as promessas e as quebras de promessas uma por uma, deixo aqui, para quem lê inglês, um bom artigo sobre o tema: Should the anti-Trump celebs who vowed to leave the US if he won now move?
I'm white trash and I know it
contínua...
Luís Garcia, 14 de Novembro de 2016, Chengdu, China
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