Venezuela: portugueses e restantes ocidentais perderam a capacidade de raciocinar! (PARTE 1), por Luís Garcia
Pelos vistos, a maioria das ovelhinhas tugas (e suas companheiras europeias e ocidentais) andam a engolir a totalidade da propaganda imperial contra a Venezuela. E depois, a minoria, os restantes, parecem ter imensas dúvidas sobre o que se passa na Venezuela, como se vivessem na Idade da Pedra sem ilimitado acesso instantâneo a informação de imensas fontes através de uma coisa chamada internet. Não, se a TV diz que Maduro é um ditador, a ovelhada engole. Se a TV diz que a chinesa Huawei espia, a ovelhada engole. Se a TV diz que Israel é a coisa mais pura do universo e arredores, a ovelhada engole. Méééééé...
Democracia
Que raio de curto-circuito neuronal atingiu as cabecinhas tugas (e companhia) para engolirem arrepiantes desconstruções lógicas como as que tenho visto ultimamente. Ao que parece, há por aí milhões de tugas que vivem num país onde pessoas em Bruxelas e em Lisboa lhes obrigam a escolher entre austeridade carinhosa e austeridade à bruta e, raios, esses tugas parecem continuar a acreditar viver numa democracia.
Numa total e anti-democrática violação à bruta da pobre constituição portuguesa, foi-lhes imposta uma constituição europeia escrita sabe-se lá por quem que tem os poderes mágicos de passar por cima da constituição portuguesa referendada e aceite pelos portugueses. Um Comissão Europeia não eleita (portanto, ditatorial) e uma Presidente da Comissão Europeia não eleito (portanto, ditador), decidem qual a forma mais ignominiosa de roubar, abusar e escravizar tugas sem lhes perguntar se acham bem que lhes enfiem figurados ferros em brasa pelos seus figurados buracos do cu acima, e os tugas, coitados, acreditam viver em democracia.
E se porventura os tugas ousam se queixar de figurados esfíncteres carbonizados, os não-eleitos "democratas" de Bruxelas ordenam os senhores de Lisboa mandar calá-los porque tudo é decidido "democraticamente", de acordo com a ilegal e não votada Constituição Europeia que inconstitucionalmente tem o "direito" de passar por cima da escancarada constituição portuguesa.
Depois, imagine-se, estes tugas iluminados por televisivas ondas electromagnéticas que, combinadas, lhe queimam olhos e cérebros, acreditam que a Venezuela é uma "ditadura" e que Maduro é um "ditador". Bom, primeiro, parece que os tugas perderam a capacidade de ler, pois bons e gratuitos dicionários da língua portuguesa é coisa que não falta. Numa "ditadura" tem de haver quem dite sem perguntar e sem ter sido previamente eleito.
Maduro foi eleito, e as eleições venezuelanas são, há anos, as que mais recebem observadores internacionais (inclusive europeus imperialistas e gringos imperialistas). Nenhuma observador creditado apontou falha alguma.
As eleições foram há mais de meio ano e, até Janeiro de 2019, os tugas não tinham defeito nenhum a apontar, visto que não fazem porra ideia de nada daquilo que se passa na Venezuela, apenas "sabem" o que as orwellianas TVs tugas lhes cravam à força nas suas cabecinhas moles e apenas se "preocupam" com aquilo que as mesmas TVs lhes convencem ser suas genuínas preocupações.
Não sabem nem nunca quiseram saber que a coligação da oposição (admitidamente financiada pela UE e EUA, uma clara, ilegal e criminosa interferência daquele tipo que o Ocidente patética e erradamente acusa a Rússia de realizar nos EUA e Europa, esse outro falo noticioso que os tugas engolem sem protestar), em 2017, apostava que Maduro não convocaria eleições presidenciais esperadas para 2018.
Não sabem que essa coligação queria inclusive antecipar as eleições, acreditando que as poderia ganhar. Não sabem que a coligação da oposição, depois de se ter enterrado à bruta na sua inconstitucional e antidemocrática agressão birrenta contra a revisão constitucional convocada por Maduro (leia este meu artigo: Desespero Mediático 22 - Meias-verdades e deturpações ao serviço da mentira manipuladora), se desmanchou, visto que alguns do partidos membros da coligação não quiseram passar pela vergonha de sabotar o acto mais democrático que pode haver (um referendo), e decidiram afastar-se.
Não sabem que, depois do desmoronamento da coligação de oposição, toda esta oposição tinha a certeza que, separados, nunca teriam hipóteses de ganhar as eleições presidenciais que sim, foram realizadas em 2018, como previsto. Em democracia, convoca-se eleições!
Não sabem que a maior parte dos partidos de oposição boicotaram as eleições e que, portanto, não se podem queixar de não terem ganho essas eleições.
Não sabem que Maduro ganhou as ditas eleições com 67,8% dos votos, contra Henri Falcón (20,9%) e Javier Bertucci (10,8%).
Não sabem que a oposição venezuelana não se queixa sequer do procedimento eleitoral. Não se queixa agora nem tampouco se queixou na altura (Maio de 2018). O que temos é Guaidó "argumentando" que as eleições são "ilegítimas" porque foram convocadas por uma assembleia constituinte (convocada por Maduro) e não pela Assembleia Nacional (parlamento da Venezuela). Que grande disparate.
Primeiro, basta ler a constituição venezuelana (aprovada democraticamente pelos venezuelanos) para que o tuguinha se aperceba que nada se passou de errado. Pelo contrário, Maduro cumpriu o seu dever de convocar eleições. Raio de "ditadura" na qual o presidente "ditador" convoca eleições presidenciais caro tuguinha, não? Tal como prevê a constituição do país, logicamente, quando se forma uma assembleia constituinte (para rever e referendar a constituição vigente), o parlamento é temporariamente encerrado, visto que não se pode legislar baseando-se numa lei fundamental em processo de revisão. Segundo, Maduro, ao convocar eleições, apenas respeitou a constituição e a democracia venezuelana. Terceiro, se não convocasse, aí sim, poderia ser chamado de ditador, receando perder eleições e mantendo-se no poder de forma antidemocrática.
Portanto, caro tuguinha, diga-me lá que raio de parvoíce tem a objectar contra as últimas eleições presidenciais venezuelanas? Nada, pois claro. E pior, apesar de ninguém da oposição considerar ilegítimos os resultados, pelo que leio online, os tuguinhas acreditam mesmo ser essa a queixa da oposição! O tuga, imbuído de patética e imbecil ignorância, mostra empatia para com a oposição por aquilo que esta nem sequer afirmou!
Mais, ao contrário daquilo que o tuguinha, de forma obscurantista e quase supersticiosa, acredita, a Venezuela é bem mais democrática que Portugal e a maior parte dos países ocidentais. Desde a revolução bolivariana de 1999, mais de 20 eleições foram realizadas. O partido no poder ganhou quase todas e, democraticamente, respeitou as que perdeu.
No meio da criminosa e genocida guerra económica do vil Ocidente contra a insubmissa Venezuela, uma boa parte da população deixou-se levar pela ocidental manobra de "mudança de regime" (igual À que se passou no Chile de Allende, no Irão de Mossadegue, no Brasil de Goulart ou na Cuba das últimas dezenas de anos: os EUA maquiavélica e admitidamente atacam a economia de um país para virar o povo contra os seus governantes) e elegeu uma coligação de oposição para dirigir o parlamento!
Mas que raio de "ditadura" deixa a oposição dirigir o parlamento? Que raio de "ditador" não se lembra de matar e torturar umas dezenas de milhares como fez Pinochet, ou bombardear o parlamento como fez Iéltsine, ou cometer um genocídio de milhões como fez Sukarno? Não, o estranho "ditador" Maduro não fez nada, e teve a espantosa e democrática decisão de respeitar o voto do povo! Como é que é tuguinha? Já se queimaram os poucos neurónios que sobravam?
Mais, a 2 de Dezembro de 2007, o governo de Hugo Chávez foi derrotado na sua proposta de revisão constitucional na qual se perguntava ao povo venezuelano se queria acabar com o limite de 2 mandatos consecutivos (como é o caso da Alemanha da eterna Merkel). Os mentirosos e manipuladores média tugas, na altura, acusaram Chávez de ser um ditador querendo se perpetuar no poder. Que risada!
Ah grande "ditador"! Em vez de ficar para sempre no poder, à força, silenciando o povo com raptos, mortes e torturas Pinochenianas, não, o raio do "ditador" Chávez, imagine-se, convocou um referendo! E foi derrotado! E aceitou os resultados! Jazuz, que espantoso "ditador"!
Depois é ver por aí na internet zombies tugas afirmar que não percebem nada do que se passa e que estão muito confusos! Ora, queriam o quê? Auto-impõem censura total a informação e factos disponíveis de forma gratuita e instantânea, 24 horas por dia, e depois espantam-se de não conseguir perceber o que se passa? E depois, para remediar o estrago, metem-se a auto-injectar propaganda produzida por aqueles que sempre mentem o tempo todo sobre tudo? Confusão? Dúvida? Ganhai juízo! O vosso problema é paralisia cerebral crónica e dissonância cognitiva aguda!
Mais, porque a Venezuela é muitíssimo mais democrática do que esse rectângulo de verdes pastagens do sudoeste da Europa, é possível derrubar um governo democraticamente eleito (antes do fim do mandato para o qual foi eleito) se forem reunidas um milhão de assinaturas (num universo eleitoral de mais de 20 milhões de pessoas). A ideia foi de Chávez, e foi incluída na constituição do país aquando da reforma de 1999.
Agora aposto que me vão dizer que, se fossem recolhidas as assinaturas necessárias, o "regime" não abandonaria o poder! Arrogante burrice. Tal já aconteceu, quando Chávez era presidente e, apesar de boa parte das assinaturas recolhidas serem inválidas (10 vezes o mesmo número de cidadão, assinaturas de pessoas falecidas, etc), Chávez abandonou a presidência e, como previsto, convocou eleições antecipadas.
Depois ganhou com um resultado ainda maior, mostrando que a sua honestidade e respeito pelas instituições democráticas (que ajudou a estabelecer) foram recompensadas com uma maior e firme afluência às urnas por parte dos seus apoiantes! Entretanto, nos EUA, para chegar a presidente, um norte-americano precisa de ser bilionário ou prostituto de carreira... que bela democracia!
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NOTA: todas as fontes (páginas, documentários, programas televisivos, vídeos, imagens, artigos, tuites, sites, livros, documentos, canais youtube, etc) por mim utilizadas na criação desta série de artigos serão partilhadas no último artigo.
CONTINUA (leia as seguintes partes aqui)
Luís Garcia, 13.02.2019, Bang Sarai, Tailândia