Vamos lá, como previsto e planeado, culpar os russos pela agressão ucraniana à Rússia, por Luís Garcia
Portugal agredido
Há uns meses atrás, quando andava por aí nesse rectângulo de pastagens do sudoeste europeu, apanhei um caganço dos bons quando entrei num dos café da aldeia. Um café onde por norma me encontro com gente que confunde literalmente Talibãs com Israel ou que literalmente têm pesadelos sobre serem bombardeados por mísseis da Coreia do Norte que não têm alcance para atingir Portugal. Enfim, produtos acabadinhos da propaganda, lobotimização e estupidificação provocada pelas versões lusitanas dos gringos órgãos de propaganda, lobotimização e estupidificação.
Dizia eu, "apanhei um caganço dos bons". Fui informado. ao chegar ao café, que a Rússia tinha acabado de invadir Portugal. Jazuz credo nossenhor! Como tenho uma coisa chamada computador portátil que felizmente consegue se conectar à net de fibra óptica da mesmíssima caverna obscurantista onde também se servem cafés com cheirinho e Super Bocks, rapidamente desvendei o mistério.
Tal como previsto, mais de um mês depois de ter avisado oficialmente as autoridades (pouco competentes) portuguesas, a Rússia mandou uma frota sua passar ao largo da costa portuguesa, a caminho da Síria. "Ao largo", não ao estreito.
Mas para a ovelhizada ovelhada, a Rússia tinha invadido Portugal, e em resposta a Força Área lusitana mandou uns pagagaios voadores F-16 "escoltar" a frota de ursos "agressores", apesar de estarem plenamente cientes do facto que um peido do Putin bastaria para limpar de vez com a totalidade das forças armadas tugas.
Só que não. Não há invasão nenhuma se nada nem ninguém entra em águas territoriais de alguém. A Rússia não entrou em águas territoriais tugas. Quem não entende as diferenças entre "águas territoriais", "zona económica exclusiva" e "águas internacionais" tem bom remédio, faça uma pesquisa no Google usando a mesmíssima ligação de internet com a qual se ilude a sí próprio com falsas notícias de invasões que não foram.
Aliás, façam pesquisa no Yandex (broswer russo, pois claro), pois hoje em dia 9 em 10 resultados de não-pesquisa do google são publicidades sobre iates e férias nas Maldivas com direito a um escravo em regime de meia pensão. Os restantes não-resultados são, na sua maioria, não-resultados pois não estão lá, não resultaram em resultados. Faça uma pesquisa pelo mesmo torrent no Yandex e no Google e espante-se, espante-se com a Orwelliana "liberdade de informação" que já foi pelo cano abaixo.
Voltando aos russos, pois não. Não houve invasão. Invasão russa talvez tenha havido, várias vezes, mas até hoje não nos queixámos, pois costumam ocorrer no Verão, quando o país está todo a arder, e os russos vêm apagar os nossos fogos de boa vontade, visto que o pouco combustível que temos para emergências gastamos em papagaioso de papel F-16 que dão-se ao luxo de andar a correr atrás do vazio em provocadores exercícios militares da NATO na fronteira Estónia-Rússia ao mesmo tempo que os russos apagam os nossos fogos. Grandes invasores estes russos!
Podíamos pedir uma invasão-ajuda aos nossos amigalhaços da NATO, mas invasão não é preciso pois já lá estão. Ah sim, os gringos ocupam-nos declaradamente 3 bases no nosso território, assim como pelo menos não declaradamente outras 9 bases no nosso território, e dão-se ao luxo de matar de cancro as nossas gentes com o lixo radioactivo que nos oferecem de boa-vontade:
E, de qualquer modo, em boa novalíngua orwelliana, "aliados" significa "aquela malta que nos fode e nós ainda agradecemos", enquanto que "inimigos" são aqueles países como a Rússia que nos ajudam quando necessitamos. Enfim. Falemos do tema de hoje, a "agredida Ucrânia".
Ucrânia agredida
Divertido não é? Navios russos a milhas de Portugal conta como invasão/agressão russa a Portugal.
Navios ucranianos perto de uma ponte russa, e em direcção a ela, depois de semanas de ameaças ucranianas de, precisamente, atacar a dita ponte... e ainda assim não conta como agressão ucraniana à Rússia. Aliás, pelos vistos, conta ao contrário, conta como agressão russa à Ucrânia!
"Preto é branco, guerra é paz, RTP informação é informação."
Já dei uma olhadela pela verborreia "jornalistíca" tuga e, para não variar, mentem todos no mesmo tom. Por isso vou directo ao meu ódio de estimação, a RTP, visto ser um órgão de propaganda, lobotimização e estupidificação pago com os nossos impostos para, precisamente, nos lobotimizar e estupidificar com a mais ignóbil propaganda imperial.
Deputados ucranianos há semanas que falam em provocar a Rússia. Um disse há dias que a Ucrânia deveria tomar de assalto Moscovo. Etc e tal. Mas os "jornalistas" nunca sabem nada sobre nada, e os "jornalistas" da RTP menos que isso! Apenas sabem regurgitar a propaganda do império.
E não sabem nada de história também. Não sabem como foi deflagrada a guerra do Vietname nem nenhum dos inúmeros exemplos copy-paste de provocações e false flags utilizadas pelos EUA para despoletar inúteis conflitos. Inúteis para nós que gostamos de permanecer vivos e que concordámos com Lili Caneças quando de forma brilhante concluiu que "estar vivo é o contrário de estar morto".
Enfim, não sabem nada de história e não têm amor à vida. Que simples, que simplório, acusar a Rússia quando a Rússia se defende de três navios desrespeitando a lei internacional e ameaçando atacar a nova ponte da Crimeia!
Os "jornalistas" da RTP não sabem que membros do governo ucraniano, deputados e ex-políticos têm vindo nos últimos meses a falar da destruição desta mesma ponte, inclusive bombardeando-a!
Fica aqui uma amostra em português, muito longe de ser exaustiva, mas que prova bem o infinito comprimento do PIDEano lápis azul que nunca deixa passar nada disto nos meios de desinformação lusitanos:
- Infraestrutura inimiga: deputado ucraniano ameaça destruir Ponte da Crimeia
- Radicais ucranianos pretendem bloquear ponte da Crimeia
- 'Eles podem destruir a Ponte da Crimeia apenas em suas fantasias'
- Jornalista que sugeriu explosão da Ponte da Crimeia 'entra em contato' com Ucrânia
Os jornalistas portugueses não sabem nada porque não são jornalistas, são papagaios roucos e cansados. E por isso não sabem que na Ucrânia governada por Nazis e carrascos do FMI, há políticos defendendo guerras-relâmpago contra a Rússia para conquistar Moscovo, imagine-se! Patético, sim, mas com tanta merda patética na grelha da RTP, por que não mostrar também patetices de deputados e governantes ucranianos?
Mas dizia eu, estes "jornalistas" da RTP não sabem nada. Eu sei (um pouco) porque me informo. E sei o que dizem os ucranianos a propósito de bombardear ou atacar ou destruir esta ponte porque esses mesmos ucranianos publicam essa informação, disponível em várias línguas, português incluído.
Ou seja, parece que os não-jornalistas da RTP nem ler sabem! Mas se não sabem ler, então não escrevam propaganda barata, ora essa. O dever de um jornalista é de informar e não de tomar partido!
Olhem para o vergonhoso título (imagem acima) da RTP! Por que não ao contrário, seguindo a sequência lógica dos eventos? A Rússia é agredida militarmente numa provocação encomendada pelos EUA e que os ucranianos têm vindo a prometer há meses, e agora a Ucrânia é que "acusa"? Ora grandessíssima treta de "jornalismo".
Se fossem mesmo jornalistas expunham os factos todos, e deixavam as conclusões para os leitores. So que aí está, não são jornalistas. São papagaios roucos, profetas-apologistas de evitáveis e indesejados apocalipses bélicos.
Mas não, não dá. Não dá para aturar "jornalismo" assim. A propaganda e lavagem cerebral RTPiana é igual àquela que NÃO HÁ na Coreia do Norte, ao contrário do que a RTPiana propaganda nos tenta fazer crer sobre esse país!
E como assim andam as coisas, como a informação ocidental só me dá propaganda, tenho de ir a propaganda russa buscar informação e factos, que chatice:
(https://www.rt.com/news/444851-video-russian-ukrainian-vessel-kerch/)
Ramming Speed! Watch Russian Navy Ship SHUT DOWN Trespassing Ukrainian Tug Boat pic.twitter.com/amQPnO2G0C
— Disruptive Signal (@disruptivesigna) November 26, 2018
Para os "jornalistas" da RTP: MÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ´!
Luís Garcia, Rayong, Tailândia