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USA TERROR - Chagos 1968, por Luís Garcia

02.05.13 | Luís Garcia
 

 

USA TERROR 01 - Chagos Islands 1968

 

Luís Garcia  POLITICA  US TERROR

 

O desconhecido arquipélago de Chagos encontra-se no oceano Índico e teve como primeiro colonizador europeu o reino de Portugal no século XVI. Neste arquipélago encontra-se hoje uma da mais importantes bases militares dos EUA, da qual partem grande parte dos aviões de combate com destino ao Iraque, Afeganistão, Paquistão e Iémene.

 

Mas nem sempre foi assim no arquipélago de Chagos. Até 1968 era habitada pela sua população nativa de 2000 pessoas. A pedido do império bélico dos EUA o seu vassalo do Reino Unido aceitou alugar o arquipélago onde os norte-americanos poderiam instalar a sua base. Para que tal fosse possível, o Reino Unido deportou à força a totalidade da população das Chagos para as Ilhas Maurícias. Como nunca chegaram a ser independentes do Reino Unido os habitantes de Chagos eram para todos os efeitos cidadãos britânicos que foram raptados pelas forças armadas britânicas e abandonados nos bairros de lata da capital do recém criado estado das Maurícias.

 

O governo inglês tentou passar na altura a falsa ideia de que as pessoas raptadas seriam trabalhadores de contrato temporário de retorno às Ilhas Maurícias, mas não, aquelas 2000 pessoas tinham nascido em Chagos e de lá nunca tinham saído até então, assim como as anteriores gerações de chagossianos. Os EUA tentaram mais tarde com uma série de "estudos" e "análises" provar que o arquipélago a longo prazo não seria habitável e que portanto estariam a fazer um favor aos chagossianos raptando-os e deixando-os a apodrecer nas Ilhas Maurícias. Na realidade hoje vivem no arquipélago mais militares norte-americanos do que havia de chagossianos, e têm um nível de consumismo muitíssimo superior. E estão vivos (com excepção dos militares que vão morrendo nas suas intervenções terroristas na região), portanto as ilhas são habitáveis!

 

Temos portanto, desde 1968 até hoje, milhares de cidadãos do Reino Unido refugiados em bairros de lata na capital do micro-estado das Ilhas Maurícias. Nessa mesma capital existe uma embaixada do Reino Unido e o palácio do embaixador onde são gastas por ano 5 milhões de libras. Muito democrático, sem dúvida, há britânicos brancos e britânicos pretos, o que faz toda a diferença nas Maurícias.

 

Os chagossianos refugiados nas Ilhas Maurícias tem desde há décadas combatido pelos seus direitos nos tribunais ingleses.  Após décadas de burocracia acabaram por ganhar o caso no supremo tribunal inglês. No entanto, o Reino Unido não é uma democracia, pelo contrário, é uma monarquia constitucional com resquícios de absolutismo. A rainha Isabel II pela primeira vez no seu reinado fez uso do poder antidemocrático de anular uma decisão do supremo tribunal com uma simples assinatura sua. Além do mais o governo britânico passou em 2004 um decreto banindo para sempre os refugiados chagossianos de voltarem ao arquipélago. E assim o caso contínua na mesma, excepto para uma grande percentagem de chagossianos que simplesmente têm optado pelo suicídio, cansados de serem roubados, refugiados, desenraizados, abandonados e esquecidos pelos orwellianos media ocidentais.

 

Um dos raríssimos jornalistas neste mundo que merecem ser chamados "jornalistas", o independente  John Pilger, foi o único que se deu ao trabalho de denunciar de forma séria este acto de terror dos EUA e do seu vassalo britânico, filmando em 2004 o documentário Stealing a Nation:

 

Stealing a Nation, de John Pilger

 

O actual contrato de arrendamento do arquipélago expira em 2016 mas os EUA têm opção de renovação por mais 50 anos, ou seja, o sofrimento chagossiano é uma causa perdida. A base militar é essencial para a continuidade da hegemonia militar dos EUA no Médio Oriente e África Oriental. Para quem não sabe os EUA tem as suas forças armadas espalhadas por mais de 140 países aliados, países invadidos, colónias e protectorados. Esta super máquina de guerra está organizada em 6 regiões. O arquipélago de Chagos e o Médio Oriente fazem parte da USCENTCOM:

 

Luís Garcia, Ribamar, Portugal,  02.05.2013

 

 

 
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