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Um apelo à Rússia, à China e a todos os países não-alinhados para que apõem a soberana Venezuela, por Peter Koenig

07.02.19 | Luís Garcia

Um apelo à Rússia, à China e a todos os países não-alinhados para que apõem a soberana Venezuela

 

artigos de Peter Koenig Política Sociedade   

 

No 23 de Janeiro de 2018 os Estados Unidos iniciaram um golpe contra o Presidente Nicolás Maduro e o seu governo, encorajando e apoiando por completo o "auto-proclamado líder da oposição ", Juan Guaidó, como presidente interino. Uns dias antes, este já tinha recebido total apoio do Presidente Trump e, hoje, num discurso especial para as televisões, o Vice-presidente norte-americano Mike Pence declarou que a liberdade na Venezuela começará com o novo presidente interino, Juan Guaidó.

 

A RT informou que

os militares venezuelanos não aceitarão um presidente imposto por "obscuros interesses", disse o Ministro da Defesa Vladimir Padrino, depois de Washington e vários aliados seus terem reconhecido um deputado [Juan Guaidó] como o novo líder em Caracas.

O exército continuará a defender a constituição e a soberania nacional, disse Padrino na quarta-feira à tarde, horas depois do deputado da oposição Juan Guaidó ter sido proclamado presidente interino pela Assembleia Nacional, num desafio directo ao presidente Nicolas Maduro.”

 

O súbito reconhecimento em Washington de Guaidó como líder legítimo da Venezuela, foi imediatamente seguido pelo da Organização dos Estados Americanos (OEA), assim como pelo do Canadá e o da França. Ao que parece, o México recusa-se a fazê-lo "por agora". Será que "por agora" é uma indicação de que as acções de Lopez Obrador estarão já sendo controladas por Washington?

 

Este [artigo] é um apelo à Rússia e à China e a todas as nações não-alinhadas que amam a sua liberdade e soberania para que se levantem em defesa da liberdade e da soberania da Venezuela.

 

Que usem o seu poder de negociação diplomática e, se isso não funcionar com os "selváticos" de Washington, que usem outros meios que o Império compreenda. Manter a Venezuela livre do jugo dos EUA e seus aliados/vassalos, é algo de essencial para todas os povos da América Latina que já foram submetidos aos abusos e imposições de ditaduras instaladas pelos EUA que, não só têm arruinado as economias dos seus países, como têm criado pobreza extrema onde antes havia prosperidade, como são exemplo a Argentina, o Brasil, o Equador, o Peru, a Colômbia, o Paraguai, o Uruguai e o Chile (que caminha a passos largos para a aniquilação social e económica).

 

A Venezuela tem de se manter firme e de pé.

 

Caros presidentes Putin e Jinping, por favor, façam o que puderem e o que tiverem de fazer para impedir que o bulldozer EUA passe por cima da Venezuela!

 

A rebelião em marcha nas ruas de Caracas e nas principais cidades Venezuelanas, inspirada e impulsionada pelos Estados Unidos e também pela OEA (Organização dos Estados Americanos), o Clube de Lima (excepto o México) e seus fantoches aliados europeus, está confundido e dividindo as pessoas e já provocou a morte de pelo menos 16 pessoas. Não há certezas sobre  a responsabilidade destes assassinatos mas, sem dúvida, as forças de oposição financiadas por fontes externas e/ou a Quinta Coluna (dentro da Venezuela) têm as mãos manchadas de sangue da violência venezuelana. Uma guerra civil instigada pelo Ocidente é um risco real.

*

Esta tentativa de golpe de estado é uma ilegal e abjecta interferência na soberania de um país, com o violento e cruel objectivo final que Washington tem praticado ao longo dos últimos 100 anos por todo o mundo (e cada vez com mais impunidade): o de uma "mudança de regime" para poder roubar os recursos de um governo desobediente e insubmisso e, claro, se possível, poder alcançar o objectivo final de dominação total do mundo ["full spectrum world dominance" em inglês]. A Venezuela possui, de longe, as maiores reservas conhecidas de hidrocarbonetos (gasolina e gás) do mundo, a uma distância de [apenas] dois dias de viagem até às refinarias de petróleo do Texas, quando as do Golfo Pérsico (de onde EUA importam hoje 60% da sua gasolina) demoram entre 40 a 45 dias, com custos de transporte mais elevados, mais o risco de ter que navegar através do Golfo de Hormuz controlado pelo Irão.

 

Além disso, Washington é incapaz de tolerar qualquer país socialista que seja, muito menos um que esteja localizado naquilo que Washington considera ser o seu quintal, como é o caso da Venezuela, ou, já agora, o de Cuba, Nicarágua ou Bolívia. O outro país sul-americano de esquerda, o Equador, foi recentemente "convertido" com um golpe interno "suave" ou, se preferir, graças a eleições falsas e manipuladas. Estes [países] são por norma geridos graças a um forte financiamento proveniente de Quintas Colunas no exterior e sob ameaças substanciais, incluindo ameaças de morte.

 

Portanto, Washington está parado, sobretudo com Trump e Pompeo à frente do suposto leme, os quais propagam abertamente uma invasão dos EUA (e aliados, incluindo a NATO) à Venezuela, para "libertar" o seu povo "oprimido"; para levá-los de uma das únicas verdadeiras democracias do mundo (para citar Chomsky, o Carter Institute supervisor de eleições internacionais, entre outros) à usurpadora protecção da ditadura dos Estados Unidos da América. Os venezuelanos não tolerarão tal farsa. Os 6 milhões de Venezuelanos que se posicionaram firmes em apoio a Nicolás Maduro, quando votaram nele em Maio de 2018, já se vão erguendo, e irão continuar a defender o seu livre e democraticamente eleito presidente, independentemente das falsas imagens dos média ocidentais de "dezenas de milhares" nas ruas de Caracas protestando contra o legítimo Presidente Maduro e em favor do auto-proclamado "presidente interino" Juan Guaidó.

 

Nada verdade, Guaidó é um criminoso actuando totalmente contra a constituição da Venezuela sobre a qual jurou lealdade ao país quando tomou o seu lugar no parlamento venezuelano. É óbvio que este "movimento em massa", como lhe chamam os meios de comunicação ocidentais, foi organizado a partir de fora (provavelmente pago por "ONG's" patrocinadas pelos EUA) e também pelos seus "inflitrados" no país coberta ou abertamente de oposição, e foi treinado pela CIA e outros grupos de serviços secretos norte-americanos ali infiltrados. Claramente, a Quinta Coluna está e esteve trabalhando na Venezuela, durante anos, trazendo a queda da economia através de manipulação monetária e do preço do petróleo, quer por fora quer por dentro; e desviando carregamentos de alimentos e de medicamentos, impedindo que sejam entregues aos supermercados e, em vez disso,  sejam transferidos na forma de contrabando para a Colômbia onde são vendidos em moedas locais inflacionadas pela manipulação de dólares.

*

Esta tentativa de golpe é muito parecida com um outra que o departamento de Estado dos EUA instigou, mas que fracassou: a tentativa de derrubar o presidente Hugo Chávez em Abril de 2002. O golpe foi parado pelos militares venezuelanos e pelo povo venezuelano. O presidente Chávez voltou ao poder 2 dias depois. E, por enquanto, o presente golpe também falhou.

 

A decisão do presidente Maduro de romper relações diplomáticas com os EUA é, portanto, não apenas lógica, mas totalmente legal. Este deu 72 horas a todos os diplomatas norte-americanos para saírem do país. E com isto chegamos ao segundo "golpe": os EUA recusam-se aceitar a expulsão legal dos seus diplomatas em Caracas porque o  auto-proclamado "presidente interino", reconhecido pelos EUA, pediu que todos os diplomatas, sobre tudo os norte-americanos, permanecessem no país. Pompeu ameaçando a Venezuela contra qualquer eventual agressão que possa acontecer contra os cidadãos norte-americanos (diplomatas incluídos) durante estes tumultos que eles consideram ser uma "mudança de governo".

 

Eis a declaração de Pompeu sobre as relações diplomáticas com a Venezuela.

 

 

Fiquem atento ao desenrolar desta crise.

 

Que os amigos e aliados da Venezuela ponham todo o seu poder, diplomático ou outro, no apoio à liberdade e soberania da Venezuela.

*

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Peter Koenig

 

Traduzido para o português por Luís Garcia

Versão original em inglês aqui.

 

 

 

 

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