Terrorismo ISIS-curdo-americano na Síria (1/2), por Luís Garcia
O cerco e destruição de Raqqa
A história do terrorismo ISIS-curdo-americano repete-se sem cessar. Se há meses atrás o local escolhido foi Raqqa, desta vez é Der-ez-Zor. Como expliquei em anteriores artigos (ler aqui e aqui), nos arredores de Raqqa ocupados ilegalmente pela NATO e forças curdas estrangeiras (Forças Democráticas Sírias, FDS), não houve avanços significativos contra o ISIS enquanto as Forças Armadas da Síria (SAA) se encontravam longe de Raqqa. Uma vez próximas as SAA de Raqqa, as organizações terroristas SDF, NATO e US Army realizaram um cerco súbito a esta cidade, não para conquistá-la no imediato, mas sim para evitar que as SAA a alcançassem e, uma vez dentro de Raqqa, dessem início à reconquista dessa cidade síria (e não curda ou gringa ou NATOniana) até então nas mãos do ISIS. Ainda assim, as SAA, únicas forças com legitimidade para actuar dentro do país, só desistiram de avançar rumo a Raqqa quando a terrorista força aérea norte-americana abateu um caça sírio, no dia 18 de Junho deste ano, enquanto este atacava posições do ISIS. Deveriam os sírios apoiados pelos russos ter reagido? Sim, segundo a Lei Internacional. Poderiam tê-lo feito? Poderiam, mas o resultado seria um conflito global. Portanto, como sempre, os "maus" sírios e russos, perante um convite dos "bons" norte-americanos para o deflagrar de uma guerra mundial, deram o braço a torcer e abandonaram a ideia de avançar rumo a Raqqa, apesar da flagrante injustiça. Depois há que acredite que na Síria há uma "guerra civil", mas bom, doenças do foro psicológico não são o tema deste artigo.
Ainda sobre Raqqa, de acordo com a própria organização terrorista US Army (e quem não acredita que vá consultar o site dessa organização terrorista em www.centcom.mil/), mais de 800 civis foram mortos pelos ilegais e criminosos bombardeamentos da NATO nessa cidade. Quase 200.000 civis fugiram da cidade devido a esses bombardeamentos e representam uma iminente catástrofe humanitária. Raqqa, uma cidade multi-étnica como todas as sírias, ainda que mais de 90% dos seus habitantes fossem árabes, hoje, é uma gigante pilha de escombros provocada por rambos norte-americanos, ingleses e franceses que, além de desrespeitarem a lei internacional com estes bombardeamentos, fazem-no de forma absolutamente bruta, sem objectivos estratégicos como minimizar o número de vítimas ou minimizar a quantidade de estragos. Não, pelo contrário, partem tudo, matam tudo o que se mexe e, consequentemente, quase todos os seus habitantes fugiram. Segundo os próprios EUA, esta cidade onde viviam meia-dúzia de curdos antes da guerra, será entregue às mãos das ilegais forças curdas armadas ilegalmente pelos EUA. O objectivo é simples e, apesar de escandaloso, ninguém o esconde. Os terroristas curdos das FDS-NATO pretendem fazer de Raqqa a sua capital, habitada exclusivamente por curdos. Parabéns Ocidente, criador e patrocinador de limpezas étnicas e perseguidor e diabolizador do multi-étnico e multi-religioso estado sírio! Parabéns! Assad e as forças sírias, por mais que organizem a reconquista do seu país em função da minimização do número de vítimas e quantidades de estragos, e por mais que o documentem, e por mais que façam acordos de paz que evitam a opção militar, são e serão para a propaganda ocidental os tais "carnificinas" que lançam "barris-bombas" por diversão sobre "criancinhas". EUA, França e Reino Unido, por mais que destruam em grande, de forma absurdamente desorganizada, partindo tudo e matando todos, de propósito, como no Laos e no Vietname nos anos 60, da forma mais bárbara possível, não são alvos de críticas dos humanistas-zombies ocidentais. Irra mais à dissonância cognitiva generalizada!
(antes e depois dos ilegais ataques aéreos da NATO numa rua de Raqqa)
Portanto parabéns aos media/mídia ocidentais por não noticiarem a total destruição de Raqqa. Parabéns por não noticiarem o bem documentado uso de armas químicas (fósforo branco) pelos EUA e criminosos aliados sobre Raqqa. Ah, estão demasiados ocupados contando estórias da treta de ataques químicos de Assad que nunca aconteceram, não é? Que tamanha prostituição.
É impressionante constatar que, apesar de mesmo os órgãos de propaganda humanitária ocidental (HRW, Amnistia Internacional) e a ONU se queixarem da barbárie cometida pelos EUA, Inglaterra e França em Raqqa, poucos media/mídia mainstream ousam reportar esta barbárie e nenhum se mostra claramente critico do comportamento criminoso e terrorista destes 3 países! Porque será? Renderá bem a prostituição? Pois claro que sim!
Estes artigos da Human Rights Watch já estão desactualizados e são muito brandos, pois claro, mas provam que até no Ocidente há quem denuncie estes crimes Ocidentais. Não há desculpa para o seu desconhecimento meus caros!
Voltando aos prostituídos media/mídia ocidentais, quero relembrar que foram estes mesmos media/mídia que chamaram à libertação de Aleppo (Dezembro 2016) de "destruição de Aleppo", "fim de Aleppo", "cemitério a céu-aberto" e outras enormidades do género, enquanto multiplicavam por 1000 o número real de ataques aéreos russos e sírios contra os "rebeldes" terroristas "moderados", os "rebeldes" terroristas "extremistas" e, sim militares da NATO que depois acabaram por ser capturados e detidos pelas forças sírias. Era a histeria total, o ocidente enlouquecia com a "barbárie de Assad" e a "chacina de Aleppo", ao ponto de um certo propagandista extremista fundamentalista português ter escrito isto:
Mas a culpa não é só dos vendidos e prostituídos propagandistas de serviço. A culpa de tão grande diferença de cobertura entre Aleppo e Raqqa é sobretudo da apatia da população consumidora cega de pseudo-informação, adormecida nas suas certezas de falácias de autoridade sobre que media/mídias são ou não credíveis. É por estar cerebralmente morta essa população zombie, que se pode com facilidade vender-lhe a destruição de Aleppo que não existiu em Dezembro de 2016, e em seguida a convencer a ignorar por completo a completa destruição de Raqqa que ocorre agora. Para todos esses zombies com pavor à lógica e adoradores de pós-modernismos infantis como a idiotice "neutral" politizada pró-rebeldes do Civil March For Aleppo, Assad é um papão mau, EUA/França/RU são países do bem. Dispensa-se portanto espírito critico, raciocínio lógico, análise sequencial, provas, história e tudo mais! "Assad is bad, we are good! Amen!"
Na segunda parte, mais importante, será analisada a criminosa "Operação Der-ez-zor" de EUA e companhia, que acorre agora mesmo.
Luís Garcia, Minyara, Líbano, 11.09.2017