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Pensamentos Nómadas

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RTP e Andreia Martins, apologistas do terrorismo de estado norte-americano?, por Luís Garcia

08.02.18 | Luís Garcia

Desespero Mediático 23

RTP e Andreia Martins, apologistas do terrorismo d

 

Luís Garcia POLITICA SOCIEDADE   

 

Eu dei a notícia ontem à noite na minha página de facebook. Media honestos (que vocês RTP e companhia apelidam de produtores de fake news) como a RT, a HispanTV e a Sputnik também noticiaram ontem à noite este obsceno crime internacional norte-americano. Vocês, RTP e Andreia Martins, esperam pela 13.11 da tarde do dia seguinte, provavelmente esperando ordens e indicações do patrão gringo, para começaram a emitir descarada desinformação. Não pode ser coincidência que os prostituídos meios de comunicação corporativos em língua inglesa e francesa também tenham esperado sensivelmente até à mesma hora que vocês esperaram para começarem a vomitar disparates, mentiras, difamação e propaganda de terrorismo no intuito de manipular a opinião pública em favor do terrorismo de estado dos EUA e seus criminosos estado vassalos. 

 

Às 13.11 de hoje, e assinado por Andreia Martins, o sítio da RTP publicou esta repreensível colecção de mentiras e deturpações: Aliança liderada pelos Estados Unidos ataca forças pró-regime na Síria.

 

Só pelo título e o lide escritos, umas pessoa é obrigada a perguntar-se se a jornalista Andreia Martins terá a mínima noção daquilo que significa "direito internacional". Esta jornalista refere-se a uma "aliança liderada pelos Estados Unidos " e a uma "coligação internacional" como se tais expressões implicassem o que quer fosse de legalidade internacional e/ou colectiva, quando não, são apenas orwellianos eufemismos para "bruta lei do mais forte" que, precisamente, viola de forma flagrante (facto omitido pela jornalista) o direito internacional. Perante tamanha falta de profissionalismo baseado em obscurantismo facilmente desmontável, uma pessoa é também levada a perguntar-se como é que é possível que a jornalista em questão tenha um diploma em Comunicação Social e um mestrado em Relações Internacionais! Ahhh, explicação fácil, obteve-os, claro está, na Universidade Nova de Lisboa, ninho de pós-modernistas da política internacional russófobos e putinófobos como o senhor Bernardo Pires de Lima.

 

Título e lide

Não cara Andreia Martins, não, objectiva e factualmente não! Os EUA não atacaram "forças pró-regime na Síria". Não, não eram "forças leais ao regime de Bashar al-Assad". Os EUA de forma ilegal e criminosa, de acordo com o direito internacional, atacaram, a partir de território sírio ilegalmente ocupado, e de forma premeditada, posições das Forças Armadas da Síria matando pelo menos 100 militares de cidadania síria em território sírio. Qual é a dúvida? Diga-me cara Andreia Martins, que entretanto já recebeu uma mensagem electrónica na sua conta de email contendo este artigo, diga-me, responda-me na forma de comentário a este artigo se tiver um mínimo de dignidade intelectual, diga-me onde está a sua dúvida acerca deste ponto? E, já agora, porque razão se perde em eufemísticas divagações? Por amor ao não-jornalismo, será?

 

E já agora, poderia explicar aos leitores da RTP que lhe pagam o seu imerecido salário com os seus impostos, o que significam "Aliança liderada pelos Estados Unidos" e "coligação internacional"? E de onde provém (se o tivessem) o direito dessa aliança para estacionar tropas na Síria e atacar as Forças Armadas da Síria a partir de bases militares instaladas na Síria? Mais, a organização terrorista NATO que ocupa ilegalmente parte da Síria, a qual realizou o criminoso ataque de ontem, é composta por 29 membros. A ONU tem 193 estados membros e 2 estados observadores. A título de comparação, o Movimento dos Países Não Alinhados (presidido pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro) tem 120 estados membros e 17 estados observadores. De forma enganosa a jornalista utiliza o termo "internacional" de forma a dar uma roupagem de legitimidade àquilo que objectivamente não tem legitimidade. Se quisesse ser rigorosa, em vez de referi-se a "coligação internacional", deveria, em todo o rigor, referir-se ao "conjunto de países ocidentais que não respeitam o direito internacional". Porque desrespeitam de facto o direito internacional e porque, se alguma organização pode ser chamada de internacional, é o Movimento dos Países Não Alinhados que agrupa mais de metade dos estados soberanos deste planeta. E não, não me venha com chauvinistas explicações do género "a vontade e a força bélica de 29 estados brancos contam mais que a mistura racial e o comportamento legal de outros 137 estados".

 

Não cara Andreia Martins, não, objectiva e factualmente não! A NATO atacando ilegalmente a Síria a partir de bases ilegalmente instaladas na Síria fruto de uma ilegal ocupação de território sírio não poderá nunca entrar na categoria de acção de "legítima defesa". Nem é preciso explicar-lhe porquê, certo?

 

E não, não me diga tampouco que é "apenas uma citação", pois deve estar mais do que ciente (ou deveria estar, dado o diploma que tem) que a função de um jornalista íntegro não é o de ler de forma cega e obediente os comunicados de imprensa das Forças Armadas dos EUA. A função de um jornalista íntegro é de, utilizando os termos correctos da língua portuguesa, informar o público acerca de um determinado evento. E o evento, em português correcto, classifica-se objectivamente de "acto de agressão ilegal". Depois, se quiser ser bem profissional, claro que pode completar os seus artigos objectivos com as declarações de ambas as partes, incluindo a parte agressora.

 

Quer ver um exemplo de como se faz? É tão fácil: leia aqui o comunicado de imprensa das Forças Armadas dos EUA acerca deste evento: Unprovoked attack by Syrian pro-regime forces prompts Coalition defensive strikes.

 

1º parágrafo

Não, não eram "elementos das forças do pró-regime". Esse "regime" é um estado soberano e, como deveria saber a mestrada em Relações Internacionais, uma estado soberano não é dependente nem deve se submeter a nenhum outro estado, o que implica poder poder possuir e possuir os meios físicos de o garantir caso um segundo estado não aceite respeitar os direitos do primeiro de uma forma pacífica.

 

Num artigo (Como os media mainstream branqueiam a al-Qaeda e os White Helmets na Síria) no qual crítica o The Guardian pelo seu comportamento desinformador bem semelhante ao analisado aqui, Eva Bartlett escreveu:

- Os soldados que o The Guardian chama de "combatentes pró-Assad" são na realidade membros das Forças Armadas Sírias. O léxico é importante e, ao denegrir membros das forças armadas do país, o The Guardian põe-se a jogar um muito velhinho e pouco imaginativo jogo: sacar da cartada lexical por norma utilizada por países membros da ONU que violam o protocolo desta organização e, na sede desta, apelidam o governo sírio de "regime" (algo que Solon também faz...) em fez de "governo".

 

Outro erro primário é referir-se a algo sem sentido sem explicar que esse algo não faz sentido nenhum, as "Forças Democráticas da Síria". Mas já lá iremos, mais abaixo no artigo.   

 

Mais, "uma autoridade militar norte-americana" tem nome e chama-se U.S. Central Command comunicando na forma... deste comunicado de imprensa! Irra, que amadorismo!

 

2º parágrafo

Não, não é "ataque raro em solo sírio". Pura mentira facilmente desmentível por quem se dá ao trabalho de seguir de forma quotidiana os factos sobre esta criminosa agressão ocidental contra Síria. É um muito comum ataque. A jornalista de serviço parece cair no erro pré-infantil de acreditar que aquilo que não se vê, não existe. Quando se esconde um brinquedo de um bebé de 2 anos, para este o brinquedo deixou de existir, até que lhe seja de novo mostrado. O bebé equivoca-se, pois claro, mas a sua forma de percepcionar a realidade é absolutamente normal nessa idade. O que não é normal é que uma jornalista adulta cometa o mesmo tipo de erros, ao assumir que factos não noticiados pelos meios corporativos ocidentais, por não serem noticiados, serão não-factos. É no que dá perder o tempo noticiando não-factos, como o novo hipotético ataque químico noticiado há 3 dias pela RTP, baseando-se em suposições corroboradas por zero factos e por afirmações no condicional proferidas por membros do governo menos credível do mundo na matéria (EUA).

 

É um muito comum ataque sim, e o pior exemplo ocorreu a 17 de Setembro de 2016, quando os EUA, "por erro", bombardearam durante 3 horas a base militar síria Der-ez-zor, em sincronia com um avanço por terra do ISIS que capturou metade da cidade graças ao apoio aéreo "acidental" norte-americano. Os EUA nesse dia tinham avisado a Rússia que iriam bombardear um alvo do ISIS 9 km a sul de Der-ez-zor. Espanto dos espantos, deveriam ter os GPS's desligados e foram acertar 9km a cima, precisamente na base militar síria dentro da única cidade controlada pelas forças sírias naquela zona (e 100% cercada pelo ISIS). Espanto que as linhas de telefone de emergência entre os EUA e Rússia tenham ficado "acidentalmente" desligadas (do lado gringo) durante as mesmas 3 horas. Espanto que jornalistas como a Andreia Martins não tenham nunca sequer ouvido falar do que acabei de escrever, apesar de, segundo ela, ser uma jornalista "interessada em assuntos internacionais". Já agora, nesse dia também mataram mais de 100 militares sírios e destruíram vários caças de guerra sírios. 

 

17 de setembro de 2016.jpg

 

Mas voltando à propaganda do 2ª parágrafo, sim, os EUA têm optado por algo, algo que é ilegal mas que a mestrada em relações internacionais insiste em omitir! Agora, quanto à natureza da opção norte-americana, não, nada disso. Os EUA apoiam forças curdas que os EUA considera de "terroristas" na Turquia (PKK) e de aliados de estórias sem sentido na Síria (YPG, FDS e outras balelas, mas já lá iremos). Os EUA não apoiam forças árabes e, se andasse informada esta jornalista, deveria saber que a fantochada de batalhão de meia-dúzia de mercenários árabes ao serviço das assim chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS) desertaram já lá vão meses (verão 2017), e juntaram-se às únicas forças legítimas no terreno: as Forças Armadas da Síria.

 

E mais, o "regime" não se opõe a esses mercenários terroristas das FDS "de forma a assegurar a sua sobrevivência", não! Fazem-no porque são os únicos representantes legais do estado soberano da Síria, e únicos com o direito (internacionalmente reconhecido) de defender a integridade territorial do seu país! Enfim, o bê-á-bá das relações internacionais cara mestrada!

 

E mais, os EUA não optaram nunca por apoiar o que quer que fosse. Os EUA criaram as SDF e, em total desrespeito pela integridade territorial da Síria e pelo direito internacional, invadiram o norte da Síria onde instalaram (em parceria com outros estados terroristas como o Reino Unido e a França) bases militares permanentes e aí estacionaram milhares de tropas da NATO, incluindo milhares de norte-americanos (de acordo com o próprio secretário de estado Rex Tillerson)

 

Bases militares terroristas da NATO

(as 13 bases militares ilegais dos EUA, RU e França na Síria) 

 

O objectivo dos EUA não foi nunca o de retirar o ISIS da Síria, não fosse o ISIS uma mais que comprovada criação dos EUA, como extensivamente tem sido denunciado (com provas) neste e noutros sítios independentes. O objectivo da criação das FDS foi aquilo que o senhor John Kerry apelidou de Plano B. Não vale a pena me repetir. Convido a quem não leu, ler os artigos onde explico como e porquê os EUA utilizaram a sua ferramenta "ISIS" no seu plano de conquista indirecta da Síria utilizando a sua outra ferramenta "FDS":

  1. Terrorismo-colonização da Síria
  2. Terrorismo-colonização da Síria (continuação)
  3. Terrorismo ISIS-curdo-americano na Síria (1/2)
  4. Terrorismo ISIS-curdo-americano na Síria (2/2) 

 

Leia, no 3º e 4º artigo, cara Andreia, como e porquê os EUA e as FDS não conquistaram coisíssima nenhuma durante muito tempo e, depois, quando se aproximavam as forças legítimas sírias da cidade síria de Raqqa, os EUA (que segundo você raramente ataca na Síria!) abateram de forma ilegal (18 de Junho de 2017) um caça sírio que bombardeava de forma legítima posições do ISIS. Leia como os EUA se preocuparam apenas em cercar Raqqa e impedir que as forças sírias entrassem nessa cidade! E explique-me a total destruição de Raqqa e a limpeza étnica aí ocorrida às mãos das FDS e da NATO. Uma cidade de 250.000 habitantes, 95% dos quais árabes, e agora é suposto ser uma cidade curda! Explique-me, cara Andreia, a predisposição da RTP para apoiar crimes humanitários como esta limpeza étnica, visto que, a crer na sua conta no LinkedIn, também se interessa pelo tema de "direitos humanos"

 

Como a jornalista Andreia Martins parece não estar a par de absolutamente nada relativo a este assunto, aconselho-a vivamente a ler os artigos acima e, se tiver preguiça, dar pelo menos uma olhadela nesta série de mapas (e depois diga-me quem combateu/conquistou o quê): 

 

4 months 2017.jpg

 

3º parágrafo

Enfim, só obrigado a citar este parágrafo na sua totalidade pois é um obsceno conjunto de flagrantes mentiras:

Bastante mais interventiva tem sido a Rússia, que nos quase sete anos de guerra civil tem desencadeado vários ataques contra o Estado Islâmico em defesa do aliado alauita. 

 

Primeiro, a Rússia não tem desencadeado ataques nos últimos 7 anos. A Rússia iniciou a sua legal participação no conflito a 30 de Setembro de 2015, há 2 anos e 4 meses! Que vergonha de jornalismo! E, de qualquer modo, como uma mestrada em relações internacionais deveria ter a obrigação de saber, fê-lo recorrendo a uma das únicas 2 formas de o fazer de forma legal: por convite do governo legal do estado soberano em questão!

 

Segundo, o governo sírio ("aliado") não é alauita. O governo sírio, tal como o país, e tal como as forças armadas (maioritariamente sunitas), é multi-étnico e multi-religioso. Desafio-a provar-me que os membros do governo aqui listados sejam todos alauitas. Porque, efectivamente, não são! Faça o trabalho de casa e constate que o governo sírio contém árabes, curdos e membros de outros grupos étnicos. Faça o trabalho de casa e constate que o governo sírio contém sunitas, xiitas, alauitas, cristãos e membros de outras comunidades religiosas. 

 

Mentira primária e vergonhosa.

 

4º parágrafo

Porque raio a senhora Andreia Martins escreve "agressão" com aspas, citando a agência síria SANA? Porque não concordará com a opinião oficial do governo sírio? Será? Então diga-me, se um ataque aéreo dos EUA na Síria que matou 100 militares desse país não é uma agressão, então o que é?

 

Não, apesar de terem o direito de o fazer, as Forças Armadas Sírias, por enquanto, não combatem as forças terroristas das FDS/NATO. Dizer que o fazem é mentira. Negar o direito de o fazer é disparate. 

 

Neste momento a Síria limpa o que sobra do ISIS; combate a NATOniana al-Qaeda (e seus afiliados) em Idlib; enfrenta uma ilegal intervenção turca que já ocupa uma parte do país a norte: enfrenta a ocupação do terrorista estado de Israel nos Montes Golã, o qual de forma constante realiza ilegais e criminosos ataques aéreos contra a Síria que a RTP da Andreia Martins adora omitir. Ainda há 3 dias Israel realizou um ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Damasco. E, se tiver interessada em aprender algo sobre o conflito, convido-a a dar uma olha nesta imensa mas não exaustiva lista das ilegais e criminosas agressões israelitas contra a Síria nos últimos tempos:

 

5º parágrafo

Explique-me, cara mestrada em relações internacionais, como é que, um contra-ataque ilegal dos EUA em resposta a um ataque sírio (se for verdade, pois você não indica provas nenhumas que corroborem a alegação feita) a tropas de um segundo país ou a uma ilegal organização terrorista (FDS) financiada e armada por terceiros países pode ser denominado de "legítima defesa"? Por favor, explique-me o seu raciocínio! Ou a sua falta de raciocínio!

 

Quartel general? Qual quartel general? O de uma organização terrorista ilegalmente presente na Síria e armada pelos EUA? E onde está esse quartel-general, na recém-conquistada zona junto ao Eufrates, entre campos agrícolas e deserto? Mais um flagrante mentira sem nenhuma sustentação física. Eu vou pôr aqui o mapa com a localização (de acordo com os EUA)  do suposto ataque sírio, e a Andreia Martins vai me indicar onde fica o tal quimérico quartel-general:

 

quartel-general.jpg

 

6º parágrafo

Pelos vistos a fonte da RTP não é o comunicado de imprensa oficial. Que divertido. E quem é afinal essa fonte, hein? Ahhh, "um responsável norte-americano" que o afirmou o conteúdo deste parágrafo "sob condição de anonimato". Mmmmm, muito credível, sem dúvida. 

 

7º parágrafo

"Contra os agressores”? Ora essa, os sírios na Síria são os "agressores". Lindo.

 

9º parágrafo

“Suspeitamos que as forças do regime sírio estavam"? Suspeitavam? Como assim, suspeitavam? O melhor que arranjam são vagas "suspeitas" e não provas concretas? Lindo

 

Sim, sim, por uma vez concordo. Sim, as muito mal apelidadas "Forças Democráticas da Síria" conquistaram terreno ao ISIS em 2017. Sim, mas onde? Não foi na Síria? E com direito? Nenhum, absolutamente nenhum! A Síria é um estado soberano reconhecido pela ONU e membro de pleno direito dessa organização. Como uma mestrada em relações internacionais deveria saber, Só a Síria tem direito o direito de controlar militarmente o território sírio. Todo e qualquer país ou organização que o fizer, desrespeita o direito internacional! E se os mais de 1 milhão de curdos da Alemanha se decidirem ocupar militarmente uma parte da Alemanha, a nossa mestrada em relações internacionais também achará bem? Diga-me, por favor, também achará bem?

 

10º parágrafo

Insisto, não são forças "forças pró-regime", são as legítimas Forças Armadas Sírias. 

 

Não ocorreu coisíssima nenhuma nessa linha de demarcação pois essa "linha de demarcação" só existe nas cabecinhas de pessoas que repetem flagrante propaganda do governo dos EUA sem fazerem a tão na moda verificação de factos. Então, Andreia Martins, fact checking, não? Como essa linha não existe oficial ou legalmente, desafio-a a provar-me o contrário. E não, comunicados oficiais do Pentágono contendo afirmações absurdas e que implicam o desrespeito da lei internacional não contam! A única linha que existe é a linha de fronteira internacionais da Síria que separa oficialmente o território deste país dos territórios dos seus países vizinhos.

 

Aquilo a que esta jornalista se refere é à ilegal ameaça norte-americana de contra-atacar toda e qualquer força síria ou russa (legalmente presente no país) de passar a norte do Eufrates. A própria ameaça, e dado que os EUA ocupam ilegalmente o território a norte do Eufrates, é uma agressão enquadrada no direito internacional. Esta jornalista parece ter pavor a direito internacional!

 

E já agora, se fosse mesmo verdade que existisse essa "linha de demarcação fixada entre a Rússia e os Estados Unidos ao longo do rio Eufrates", como é que me explica, cara Andreia Martins, a existência de uma base militar ocupada ilegalmente por tropas norte-americanas em al-Tabka, a sul do Eufrates? E, já agora, de que lado do rio Eufrates se encontra a região de Manbij ocupada ilegalmente por forças das FDS e da NATO? Hein, hehehe, que risada!

 

eufrates 2.jpg

 

eufrates 1.jpg

 

13º parágrafo

Vou ter de citar de novo um parágrafo na íntegra:

"A mesma fonte refere que os Estados Unidos não descartaram a hipótese de envolvimento de combatentes apoiados por forças iranianas neste ataque.  
 

Sim, pois claro, não descartam. E depois? E se não descartassem "a hipótese de envolvimento de combatentes apoiados" pelo Pai Natal ou pela Abelha Maia, que teria isso a ver com o assunto? Desde quando afirmações provenientes de fontes anónimas contendo apenas especulações sem sentido merecem sequer ser citadas num artigo de um meio de comunicação que se pretende minimamente sério?

 

E depois, se "combatentes apoiados por forças iranianas" supostamente tivessem realizado uma agressão contra forças ilegalmente estacionadas em território sírio, qual seria a sua objecção? As forças iranianas, ao contrário das norte-americanas, não se encontram de forma legal no país? Sim, encontram-se em situação legal, pois foram convidadas pelo governo legítimo desse estado soberano.  E então, qual era a piada deste parágrafo?

 

É que, por muito que lhe custe, depois da lobotimização que por certo terá sofrido na Universidade Nova de Lisboa, o Irão não é um estado pária. Os EUA é! O Irão é um estado que respeita o direito internacional, e a sua diplomacia, ao contrário da norte-americana, é aí está, diplomática! E respeita a ordem legal:

O Irão sairá de imediato da Síria se Damasco o pedir.

 

14º parágrafo

Não entendo como a senhora Andreia Martins não entenda a diferença entre ameaças gratuitas e "tensão". Não, não há tensão nenhuma. Há constante agressão!

 

E que "novos ataques com recurso a armas químicas", tem provas? Não! Então não especule, pois especular é tudo menos jornalismo! Veja lá se são armas químicas como as que não existiram em Khan Shaykhun no dia 4 de Abril de 2017, farsa à qual se seguiu um ilegal ataque norte-americano contra a base aérea de Shayrat, de onde partiam na altura os caças sírios que combatiam o ISIS na região de Tadmur (Palmira). Ora, e aí está mais um exemplo de agressão gringa que, na ilógica opinião de Andreia Martins, ser algo "raro, certo?  

 

Sim, sim, ao contrário das mentiras vergonhosamente espalhadas pela sua RTP, não existiu ataque químico nenhum em Khan Shaykhun. Se acha que sim, leia o meu artigo abaixo e depois contra-argumente (com provas se possível):

 

Agora se quer falar de armas químicas, escreva notícias sobre as montanhas de provas que a delegação síria na ONU tem apresentado de forma constante nessa organização e que o lápis azul da PIDE RTPiana convenientemente sempre elimina!

 

15º parágrafo

"As Forças Democráticas da Síria, uma coligação com mais de 50 mil homens, entre combatentes árabes e curdos". É, será mesmo? Vejamos quem criou as orwellianas "Forças Democráticas da Síria" e por que razão chamaram "Forças Democráticas da Síria" a uma organização militar estrangeira (criada a pela NATO) que não é nem síria nem democrática:

 

(o vídeo integral, para os interessados, por ser assistido aqui)

 

16º parágrafo

"Ao longo de quase sete anos de guerra civil na Síria, os Estados Unidos apenas desencadearam ataques diretos a forças pró-regime por duas vezes, em junho e em abril do ano passado."

 

Mentira! Para o provar já está aí encima o exemplo de 17 de Setembro de 2016, que risada!

 

Em modo de conclusão

Se ainda não tiver desistido de viver, e espero que não o tenha feito cara Andreia Martins, responda-me, honestamente, perante tudo isto (neste artigo e em todos os outros mencionados), se me consegue explicar onde se encontra então a parte "civil" daquilo que a RTP chama de "guerra civil síria". 

 

E já agora, terá alguma palavra de apreço pelos 100 militares sírios mortos de forma selvagem pelos criminosos EUA? Precisamente os militares heróis do fim do cerco a Der-ez-zor (de 5 de Setembro de 2017) imposto pelo ISIS e que durava há quase 3 anos?

 

Luís Garcia, 08.02.2017, Ribamar, Portugal

Leia a 2ª aqui

 

 

 

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