Ricardo Lopes
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A sumidade intelectual Rita Ferro Rodrigues fez, ontem, uma observação bastante pertinente acerca da composição do painel de apresentadoras da Eurovisão 2018. São todas mulheres brancas. Onde é que estão as mulheres de cor?
Mesmo assim, acho que foi pouco ambiciosa na sua exigência.
Eu levaria a coisa muito mais longe.
Onde é que está a mulher lésbica? Não está.
Onde é que está a mulher paraplégica? Não está.
Onde é que está a mulher com pila? Não está.
Onde é que está a mulher com pila que tem menstruação? Não está.
Onde é que está a mulher ucraniana? Não está.
Onde é que está a mulher chinesa? Não está.
Onde é que está a mulher índia da tribo Pirahã do Brasil? Não está.
E, mais importante que tudo isso, onde é que está a mulher lésbia paraplégica com pila que tem menstruação ucraniana chinesa índia da tribo Pirahã do Brasil? Não está.
Não existe? Meus amigos, não interessa. Até porque se não existe é porque a discriminação no mundo é tão absurdamente grande que com tanta mobilidade que há na aldeia global ainda não aconteceu surgir uma mulher lésbica paraplégica com pila que tem menstruação ucraniaca chinesa índia da tribo Pirahã do Brasil.
Mas, enfim, tendo já feito o meu virtue signaling do dia, vamos passar a coisas sérias.
Algo com que a senhora Rita Ferro Rodrigues se deveria preocupar é a extrema falta de diversidade que existe na sua própria associação.
Quer dizer, vai-se à página das cronistas (https://capazes.pt/cronistas/), e o que é que se observa? 100% de mulheres tias de Cascais, ou que quer fazer-se passar por tia de Cascais, ou armadas em alternativas mas que no fundo querem ser tias de Cascais armadas em modernas.
Mais, desde quando uma amostra de mulheres em que praticamente todas são visualmente repulsivas é representativa da população portuguesa no geral? Onde é que está pelo menos uma boa metade de mulheres bonitas? Não está.
E mulheres com QI superior a 83? Isso já é exigir demais.
E, preparem os foguetes para celebrar a máxima expressão de hipocrisia possível: 0 MULHERES DE COR. Repito: 0 MULHERES DE COR na página de cronistas do site das Capazes.
Ma, também se percebe. Vá, não vamos já lançados a acusar a Rita de racismo. Não é que ela não se esforce por tentar angariar uns 10% de cronistas de cor. Não existem é mulheres de cor interessadas em serem cronistas das Capazes. Porquê? Várias razões. Primeira, têm problemas sérios e reais na vida delas, e, portanto, não têm tempo para andar a redigir textos sobre problemas inexistentes. Segunda, não são narcisistas, e por isso não teriam nunca o desplante de andar a redigir textos que se baseiam puramente em sentimentos, e nunca em factos. Só narcisistas redigem sobre sentimentos, porque cada um apenas pode falar dos seus próprios, ou usar os seus próprios para se reportar aos dos outros. Terceira, nunca conseguiriam sentir-se bem, por não conseguirem criar uma relação de identidade com um grupo de mulheres do tipo dondoca da linha de Cascais, que em nada as representa.
Agora, por outro lado, também não é difícil perceber porque é que as Capazes, com a senhora Rita à cabeça, não são capazes (lol) de mais do que debitar cartilha da Nova Esquerda de forma acrítica, e com toda a certeza que desconhecem o trabalho de grandes feministas como Christina Hoff Sommers, Camille Paglia ou Laura Kipnis, ou outras grandes figuras intelectuais, como Karen Straughan, Cassie Jaye, Janice Fiamengo, Helen Smith, Jordan Peterson, Jonathan Haidt e Gad Saad, entre outros. É preciso não esquecer que os hábitos alimentares de senhoras da classe média-alta incluem várias minirrefeições de saquetas de bolachas de água e sal e iogurtes líquidos. Ora, quem é que gosta muito de bolachas? Os papagaios. E, para além disso, que cérebro, que já de si pouca informação consegue processar devido ao baixo QI, funciona com bolachas de água e sal? Pois é, a semi-anorexia não é propriamente compatível com a vida, ou pelo menos com um cérebro operacional. Vida dura a de viver exclusivamente da imagem, até mesmo ao nível moral.
Leia também: (In)Capazes de perceber o que é importante para o feminismo
Ricardo Lopes