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O ataque químico que NÃO aconteceu em Khan Shaykhun, por Luís Garcia

28.04.17 | Luís Garcia
 

 

O ataque químico que NÃO aconteceu em Khan Shaykhun

 

Luís Garcia  POLITICA    

 

 

Factos sobre o ataque

No dia em que as forças sírio-russas admitem terem realizado um ataque aéreo a um depósito de armas da al-Qaeda em Khan Shaykhun, os média/mídia ocidentais contaram-nos uma estória da treta com duas versões. Na primeira (ver imagens do slideshow a abaixo), os sírios realizaram um ataque químico em Khan Shaykhun, apesar do arsenal químico sírio ter sido totalmente destruído em 2014 a convite da Rússia, numa destruição oficial organizada de forma legal pela ONU e levada a cabo por peritos dos próprios EUA. Na segunda, o ataque aéreo sírio-russo ao depósito de armas da al-Qaeda teria tido como consequência o espalhar de um gás tóxico que teria causado a morte de dezenas de civis nessa cidade síria controlada pela adorável al-Qaeda.

 

  

Em relação à segunda teoria, graves problemas de lógica se levantam: seria da responsabilidade da Síria a morte de civis resultantes do bombardeamento de um depósito de armas de uma organização terrorista ilegalmente implantada no seu território? A resposta parece-me por demais óbvia: NÃO! Depois, a tratar-se de gás sarin, um químico binário (resultante de 2 químicos que têm de ser misturados para criar o químico final letal), como é que o bombardeamento sírio-russo conseguiu misturar de forma correcta os químicos afim de produzir fortuitamente gás sarin? Brincamos com coisas sérias, não?

 

Voltando à primeira teoria, a do roquete com gás sarin, as únicas provas públicas (ler aqui um anexo do MIT ao relatório da própria Casa Branca!) indicam claramente que o roquete foi lançado a partir do solo e não do ar; o solo de Khan Shaykhun é controlado, como já aqui se disse, pela al-Qaeda; portanto, que tem o governo sírio (não possuidor de armas químicas) a ver com este ataque químico de um roquete lançado a partir do solo? Nada, absolutamente nada. E mais, àqueles que dogmaticamente crêem ser al-Assad o responsável, exige-se que apresentem as provas. E mais ainda, perante uma extraordinária acusação deste género, exige-se provas igualmente extraordinárias. Mas não, pelo contrário, as provas contraditórias e possivelmente encenadas que nos mostram nos média/mídia ocidentais não só são medíocres como tem como fonte pessoas que por duas razões não são credíveis: primeiro, são parte envolvida no assunto, parciais por definição, consequentemente não independentes como deveriam ser; segundo, são apoiantes, patrocinadores ou membros de uma organização terrorista chama al-Qaeda e de uma organização de relações públicas e propaganda chamada White Helmets, filial da al-Qaeda como podem descobrir nos artigos abaixo:

 

Outro problema, o gás do ataque. Entre os dias 4 e 7 de Abril, teria sido, de acordo com os média/mídia ocidentais, gás sarin. Devido aos gravíssimos erros de lógica nos vídeos sobre o suposto ataque disponibilizados pela al-Qaeda/White-Helmets e difundidos em javardices televisivas como a RTP, era impossível defender a hipótese de gás sarin. Daí que de dia 7 a dia 11 de Abril os mesmos média/mídia aparvalhados tenham passado a falar de cloro. Já lá iremos à análise das incoerências em torno dos gases. A partir do dia 11 de Abril, e graças à manifesta hiper-amnésia colectiva dos seus leitores e telespectadores, os contadores de estórias da treta voltaram atrás e optaram definitivamente pela versão que inclui gás sarin. É mais sonante, pá!

Os gases do ataque

Na versão inicial dos média/mídia ocidentais sobre este encenado evento, o gás utilizado de forma acidental ou propositada teria sido sarin. Devido à falta de jeito para mentir e encenar falsos ataques químicos por parte da al-Qaeda, tão adorada pelos média/mídia ocidentais ao ponto de apelidá-la de "rebeldes que controlam a cidade de Khan Shaykhun", a versão com gás sarin começou-se a enterrar a si própria de forma abrupta. Porquê? Porque os "rebeldes" terroristas da al-Qaeda vieram fazer declarações à imprensa que não fazem sentido nenhum, desde dizer que se sentia o cheiro do gás sarin a mais de 500 metros quando sarin é um gás inodoro até dizer que se via nuvens amarelas do gás quando o gás é incolor! Por favor, isto é malta acabada de receber um Óscar em Hollywood (Prémio Melhor Documentário 2016), exige-se um mínimo de profissionalismo, não? Mas qual quê, as declarações patéticas estão longe de ser o pior! Pior são os vídeos produzidos pela AMC, a agência noticiosa da al-Qaeda e dos White Helmets, financiada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

 

Nos vídeos disponibilizados pela AMC, pelos White Helmets e pela al-Qaeda, e transmitidos pelas televisões ocidentais, pode-se ver que a encenação não faz sentido nenhum. Os supostos santos salvadores dos White Helmets, apesar de supostamente estarem a resgatar vítimas de um ataque com gás sarin que mata em poucos minutos se o gás for absorvido pela pele (e não por via respiratória), apresentam-se ao serviço de chinelos, de calções, de mangas curtas, até em tronco nu, mas claro, com uma banal máscara anti-poluição completamente inútil para o efeito! Quer estes quer algumas das supostas vítimas adultas, dão se ao luxo de tirar lenços das cabeças, tirar calças ou t-shirts, até andar completamente nus, sim, e, ainda assim, sobreviverem a este mortal gás sem qualquer mazela. E lá ficaram, tranquilos, filmando esta grotesca palhaçada, como se não se passasse nada. Aparentemente só crianças previamente drogadas (de acordo com as análises da organização Doutores Suecos pelos Direitos Humanos aos vídeos em questão) é que aparentam sofrer de alguma coisa, e aparecem com as pupilas dilatadas quando um dos sintomas mais característicos do gás sarin é a contração das pupilas, enfim! E que dizer da ideia de andarem a regar as vítimas com água em vez de evacuá-las de imediato? E que dizer do pessoal da al-Qaeda/White-Helmets que no dia seguinte andavam lá entretidos a recolher amostras de chinelos e braços nus? Irra, o gás sarin leva semanas a decompor-se e não meio dia! Que amadorismo! E que imbecilidade de quem engole tudo isto sem pestanejar! 

 

Um gajo recolhendo amostras de um gás que leva semanas a decompor-se usando sandálias! Bravo!

Um gajo recolhendo amostras de um gás que leva semanas a decompor-se usando sandálias! Bravo!

 

Agora  caro leitor, compare o comportamento das equipas de salvamento num ataque real com gás sarin em Tóquio com o das equipas de salvamento num ataque encenado em Khan Shaykhun:

 

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Não, a sério, quem encenou esta treta nunca ouviu falar do ataque com gás sarin no metro de Tóquio em 1995? Ah, sim, sei, como dizia um chico-esperto aqui da minha aldeia há uns dias atrás, o Japão é rico e a Síria é pobre, portanto os meios para combater um ataque químico não são os mesmos. Pois, até concordo. A Síria poderá não ter meios, mas os "rebeldes" terroristas da al-Qaeda da região de Idlib sim têm meios, como se pode provar pela imagem do tweet abaixo, na qual se vê como os milhões fornecidos ilegalmente pelos EUA e companhia a estes terroristas permitem-lhes estar de facto preparados para este tipo de ataque:

 

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— maytham (@maytham956) April 4, 2017

 

Como fotografias não chegam, pois claro que não, convido o leitor a assistir então ao vídeo produzido pelos AMC/WhiteHelmets/al-Qaeda e que é, segundo os mesmos e segundo os nossos média/mídia, a melhor prova sobre o ataque químico:

  

Palavras para quê, a cura para gás sarin é regar as vítimas e deixá-las a secar ao sol, pois claro. E, a acreditar na veracidade deste vídeo, o gás sarin é altamente selectivo, pois não afecta malta dos White-Helmets por mais que tenham partes do corpo directa e ridiculamente expostas ao gás. Quando digo malta dos White Helmets não me refiro apenas aos supostos salva-vidas, refiro-me também aos seus actores-vítimas do costume, como aquele senhor que aparece sentado no chão de tronco nu, na boa, ali a absorver gás sarin à força toda pela pança. Poderia pegar noutros, como o velhinho que tira o lenço da cabeça, mas peguemos nesse da pança distendida como exemplo: para quem anda atento ao conflito que opõe a Síria ao terrorismo ocidental, vezes sem conta aparecem as mesmas pessoas fazendo o papel de vítimas "do regime" em locais diferentes e afastados entre si; vezes sem contas as mesmas pessoas aparecem ora como salva-vidas ora como civis salvos; num artigo anterior neste blog já analisei de forma exaustiva o assunto, agora quero vos mostrar apenas este exemplo por estar relacionado com o assunto. Vejam o tal senhor da pança, vítima neste ataque, mas salva-vidas com o logo dos White Helmets noutras situações. São coincidências ridículas:

 

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Os médicos suecos 

Segundo a organização Doutores Suecos pelos Direitos Humanos (SWEDHR), feroz crítica da farsa de equipas de resgate da terrorista White Helmets, as crianças que aparecem no vídeo acima teriam sido previamente drogadas com opiáceos e inclusive mortas, de forma a poderem ser usadas como material na produção deste encenado ataque químico. Não vou aprofundar este tópico, convido-o antes a ler estes 2 artigos com alguns dos argumentos que corroboram a versão sueca de encenação:

 

Ainda assim, assista a este segundo vídeo, também da AMC/al-Qaeda/White-Helmets:

 

 

A malta dos AMC/al-Qaeda/White-Helmets afirma que estas imagens são provas do ataque químico e da tentativa de salvamento de algumas das vítimas com injecções de adrenalina nos corações das crianças em questão. Os médicos da sueca SWEDHR dizem que não, que: primeiro, se vê bem que o êmbolo não desce, portanto nada é injectado; que a metodologia é grotescamente errada (vejam como é manipulada a agulha, dá para acreditar que o objectivo é furar o coração do bebé); que os bebés aparentam estar drogados com opiáceos e não envenenados com sarin; etc. Leiam os artigos acima para uma análise mais profunda, vale mesmo a pena. Outro detalhe interessante é que a tradução para inglês legendada e emitida no ocidente não corresponde com o original em árabe: enquanto os actores do vídeo falam de ajeitar os corpos das vítimas para efeitos televisivos, a tradução inglesa fornece diálogos de carácter médico sobre o cuidado com os pacientes. Enfim! 

 

Raed Saleh, a fonte inicial

Julgo ser suficientemente descredibilizador o facto de que TODAS as imagens e TODOS os vídeos do suposto ataque que chegaram até nós através dos nossos média/mídia mainstream foram produzidos e emitidos pela al-Qaeda e seus braços de propaganda (AMC e White Helmets neste caso). É escandaloso que seja por demais sabido que Khan Shaykhun se encontra nas mãos da al-Qaeda há mais de 3 anos. É por demais óbvio que, por razões de segurança, apenas membros da al-Qaeda ou membros das suas equipas de propaganda têm acesso ao local. E ainda assim, insisto, e ainda assim, RTP, Globo, SIC, CNN, BBC, etc, tomam como verdades absolutas e credíveis as reportagens, os testemunhos, as imagens e os vídeos enviados pela al-Qaeda desde Khan Shaykhun até nós! A sério, não vivemos nós numa era de total e escandalosa idiotice colectiva alimentada pelos média/mídia? Andamos sim! Culpa de quem? Dos média/mídia ocidentais? Sim, mas também daqueles que aceitam sem reflectir toda a treta que os média/mídia lhes injectam, de tal forma que os jornalistas ocidentais, de tão habituados à paralisia mental reinante no ocidente, não só já perderam a capacidade de raciocinar como deixaram de acreditar que exista ainda gente capaz de raciocinar lógica e objectivamente. Por isso, quando apanham pela frente um raro espécime que raciocina lógica e objectivamente, como é o caso de Maria Zakharova, porta-voz do Ministério da Defesa russo, fazem figuras tristes como as que se podem constatar no vídeo abaixo:

 

 

Lindo não é, ver uma jornalista da norte-americona CBS News ser humilhada em público por uma funcionária do governo russo? Então trabalha para um média/mídia que insiste serem moderados e muito boa-gente os "rebeldes" da região de Idlib e depois, em completa contradição, diz que não é possível aos jornalistas ocidentais se deslocarem ao local por ser aquele muito perigoso? Ora essa, como assim? E se não é possível até lá se deslocarem, como é que sabem o que lá se passa ao ponto de terem a certeza que o ataque foi executado pelo governo sírio? Como se enterra esta gente, jornalistas profissionais da treta...

 

Mas bom, como se não fosse já suficientemente descredibilizador tudo o que até agora foi dito, que dizer ainda da pessoa que anunciou ao mundo o ataque químico de Khan Shaykhun, o senhor Raed Saleh? Não repararam no nome ou a RTP e companhia nem sequer citaram este nome? Nada de grave, vamos sempre a tempo. Raed Saleh recebeu há uns tempos o prémio Right Livelihood Award de uma ONG patrocinada pela NATO. O título do prémio soa bem mas o nome do patrocinador mancha de imediato a estória. Raed Saleh é o líder da organização terrorista White Helmets, filial de relações públicas da al-Qaeda, proibido recentemente de entrar nos EUA por constar da lista de suspeitos de terrorismo do governo norte-americona, hehe.

 

 

Raed Saleh é amigo pessoal Mustafa al-Haj Yussef, líder dos White Helmets de Khan Shaykhun, cidade 100% controlada pela al-Qaeda, quem em 2014, apesar de ser membro de uma organização (White Helmets) que se diz neutral, humanitária e de resgate de civis, apelou publicamente ao bombardeamento de Damasco como resposta à vitória de al-Assad nas eleições de 2014. Pior, Mustafa al-Haj Yussef, na sua conta facebook, confessa-se admirador de Ibn Taymiyya, ideólogo extremista do ISIS.  Pior, Mustafa al-Haj Yussef defende o uso de castigos físicos a quem não jejuar no Ramadão, execuções incluídas! Isto na Síria, um estado laico, tolerante, multi-étnico e multi-religioso. E pior, defende a execução extra-judicial para todos aqueles que não seguirem as doutrinas islâmicas. E pior ainda, este senhor defende a união de todas as forças "rebeldes" com o ISIS de forma a ser possível derrotar o governo de al-Assad assim como a execução de quem se mostrar fiel ao governo de al-Assad, ou seja, a quase totalidade da população síria. Grande humanista, hein? E enfim, são estas as amizades do senhor que serve como fonte de informação para RTP, Globo, CNN, AFP, etc., sobre o que se passou ou não em Khan Shaykhun!

 

Raed Saleh e Mustafa al-Haj Yussef em Idlib, acompanhados por um troglodita-mercenário-"rebelde"-terrorista da al-Qaeda

 Raed Saleh e Mustafa al-Haj Yussef em Idlib

 

Leia mais sobre estes 2 humanistas-terroristas aqui:

 

Portanto, chegámos ao ponto em que a nossas fontes de informação são as mesmas que supostamente andamos a combater nestes últimos 15 de "guerra contra o terrorismo", hehe. Ou, como diriam Peter Lavelle e Mark Sleboda no programa Cross Talk da Russia Today: 

 

 

 

As análises turco-francesas, a OPAQ e o secretismo norte-americona

Os EUA dizem ter provas mas, como sempre, por alucinantes razões de segurança, não podem mostrá-las. Bravo!  É bem mais seguro bombardear a base aérea síria de Shayrat de onde partem as missões aéreas sírias contra o ISIS e matar 5 crianças e 4 adultos civis no processo, enquanto Donald Trump come "o melhor bolo de chocolate do mundo" na companhia do presidente chinês. E por aqui fico no que diz respeito a provas gringas sobre o ataque químico que não aconteceu.

 

Os turcos, segundo os prostituidos média ocidentais (para quem legalidade, legitimidade, lógica, método científico, rigor, etc., são conceitos inexistentes), já provaram que o gás do encenado ataque químico era "de certeza" sarin e que o autor foi al-Assad, pois claro. Peguemos num mérdico exemplo da minha vítima de estimação, a RTP:

 

Segundo este artigo da RTP, "Recep Akdag, ministro turco da Saúde, revelou esta terça-feira que as análises realizadas a vários feridos confirmam a utilização do agente neurotóxico no ataque da semana passada". Sim, e quê? Um ministro do estado terrorista turco que vende armas ao ISIS e que compra ao ISIS petróleo roubado diz que as "análises" confirmam qualquer coisa. Quais análises? Feitas por quem? Amostras recolhidas onde e por quem? Qual a legitimidade internacional de quem recolheu as amostras para fazer este trabalho? Como entraram numa cidade controlada pela al-Qaeda? Confirmam  essa entrada como? Onde está a cópia do resultado das análises do laboratório turco, para eu poder ver com os meus olhos esse inválido documento? Mas continuemos.

 

"Com os resultados das análises ao sangue e urina de vários feridos que foram assistidos na Turquia, as autoridades de Ancara concluíram que 'o gás sarin foi utilisado'". Resultados de análises ao sangue de quem? Como se chamam? Onde foram contaminados? Podem provar como e onde foram contaminadas essas pessoas? Estavam essas pessoas em Khan Shaykhun aquando da encenação? Se sim, conseguem prová-lo? Como chegaram em segurança à Turquia? Continuemos. 

 

"Ancara, em sintonia com grande parte das potências ocidentais, culpa o regime sírio pelo ataque químico da semana passada na província de Idlib."  Sim, e quê? E eu, em sintonia com personagens fictícias dos meus sonhos, culpo o governo do Burquina Faso e do Vanuatu, e depois? Para provar algo tão grave e tão sério basta mandar um nome para o ar ou é preciso apresentar provas? Claro que é preciso apresentar provas, irra!

 

E que legitimidade tem a Turquia neste assunto, país que ocupa parte do norte da Síria em total ilegalidade e que nos últimos três dias realizou dezenas de ataques com roquetes e com caças contra as FSD (curdos vendidos + NATO), apesar da própria Turquia ser membro da NATO? E que legitimidade tem a Turquia, país pelo qual, desde o início da agressão ocidental à Síria, entra armamento e mercenários para as forças "rebeldes" terroristas e ISIS e sai petróleo e relíquias roubadas pelo ISIS à Síria? E que dizer da memória curta dos jornalistas ocidentais que parecem não se lembrar de nada disto? E que dizer da paralisia mental dos jornalistas ocidentais que usam dados não válidos do governo terrorista turco e até de desconhecidos turcos como provas para o uso de gás sarin em Khan Shaykhun? E que dizer da infinita estupidez mental dos jornalistas ocidentais para, dadas essas provas não verificadas por meios legais, portanto inválidas, concluir que o ataque químico foi da autoria do governo de al-Assad? Como se passa de um tubo com gás sarin nas mãos de um turco, ou de uma suposta vítima do ataque químico de Khan Shaykhun hospitalizada na Turquia, para a certeza da culpabilidade de al-Assad se, entre um ponto e o outro fica um enorme vazio? E, raios, como não se perguntam estes deficientes mentais de jornalistas ocidentais como puderam chegar em segurança à Turquia, as supostas vítimas civis do suposto ataque químico supostamente ocorrido numa cidade 100% controlada pela al-Qaeda desde há 3 anos? E por aí fora...

 

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Os franceses, segundo as mesmas mérdicas fontes ocidentais, também já provaram a culpa de al-Assad: 

 

Analisemos também esta, uma vez mais da RTP, e que começa mal, bem mal, com uma imagem dos White Helmets, agência de relações públicas e propaganda da al-Qaeda na Síria. Aqui vai a primeira citação: "Os Serviços de Inteligência franceses concluíram que as forças leais ao Presidente sírio Bashar al-Assad usaram gás sarin no ataque à cidade de Khan Sheikhoun". Sim, concluíram, mas como? A uma pessoa honesta e coerente não lhe interessa as conclusões de governos de estados terroristas sobre o que quer que seja. Interessa-lhe apenas provas e dados concretos, de preferência obtidos de forma legal, conforme as leis internacionais que regem a ONU e que foram escritas por países como... a França, precisamente! Os serviços de inteligência franceses, nada inteligentes, têm o direito de concluir o que bem lhes apetecer mas, insisto, que têm isso a ver com o caso? Nada!

 

Continuemos com mais uma citação: "Num documento de seis páginas, a que a agência Reuters teve acesso, os Serviços de Inteligência Franceses afirmam que 'somente Bashar al-Assad e alguns dos seus apoiantes mais próximos podiam dar a ordem de usar armas químicas'". Ah sim? Têm um documento de 6 páginas e mostraram à Reuters, agência que comprovadamente mentiu no passado vezes sem conta, ao ponto de ter a certeza da existência das inexistentes armas químicas de Saddam Hussein? E? Que frase é esta? Qual era supostamente a mensagem que queriam passar com tão ridícula afirmação? Nada, pois claro, como sempre, ou, queriam dizer que os média/mídia, ocidentais, por definição, são os donos da verdade, com ou sem provas, é isso? Só se enterram estes prostituidos da RTP! E que dizer do resto da frase? Só al-Assad e seus próximos? Como sabem? Como é que se mede essa coisa de "poder dar a ordem de usar armas químicas"? Mede-se em metros por segundo, em amperes ou em massa de merda ao quadrado no lugar do cérebro que não têm? A sério, objectividade zero! "Somente" quer dizer absolutamente nada e, mesmo que quisesse dizer algo concreto... faltam as provas. Eu também posso dizer o mesmo dos jornalistas da RTP, mas aí está, faltam-me as provas! Que vazio mental!

 

Continuemos: "Os autores do relatório chegaram a essa conclusão depois de terem analisado amostras de sangue das vítimas onde foram encontrados vestígios de hexamina, um composto orgânico usado na produção de gás sarin." Mais do mesmo, só que pior, agora já nem nos dizem quem recolheu as amostras! Que paralisia mental, não lhes passa pelas suas cabecinhas vazias que "os autores do relatório", franceses, não tiveram acesso ao local nem às vítimas do suposto ataque e que, portanto, só podem ter analisado provas de vazio, certo?

 

Mais: "O documento acrescenta que os grupos jihadistas na área não tinham capacidade para desenvolver um ataque desse tipo e que o Estado Islâmico não se encontrava na região." Ah não, então e nos dias após o ataque uma das versões nos média/mídia ocidentais era a de "caças russos terem bombardeado um depósito de armas dos rebeldes", resultando na libertação de gás sarin"? Ora bolas, como se troca esta gente. E mais, que me interessa esse relatório que ninguém pode ler, produzido por quem não tem acesso físico ao local? Nada! Em contrapartida, o embaixador da Síria na ONU, Bashar Jaafari, por dezenas de vezes entregou oficialmente à ONU, nestes últimos anos, documentos incriminando esses "rebeldes" terroristas pela realização de dezenas de ataques químicos. E agora? Os documentos/provas entregues pela Síria na ONU não contam e um relatório secreto de um só país (e não da ONU) conta? Podem me explicar como, com que absurda lógica chegam a tal conclusão?

 

E depois, que dizer da legitimidade francesa, país que bombardeia ilegalmente a Costa do Marfim, Mali, Líbia ou a própria Síria? País com tropas ilegalmente estacionadas no nordeste da Síria? País com dezenas de militares das suas forças armadas capturados e presos na Síria pelas forças militares do país («Antigos» soldados franceses entre os jihadistas do Daesh)? País natal da empresa Lafarge, envolvida em negócios de milhões de venda de cimento e construção de infrastruturas de terroristas na Síria?

País da empresa de telecomunicações que faz a cobertura de rede móvel e internet do território ocupado pelo ISIS na Síria? E por aí fora que até cansa! Agora, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, monstra ZERO provas incriminando al-Assad sobre o ataque químico que ainda ninguém provou ter acontecido, e os trogloditas de jornalistas-merda da RTP, Correio da Manhã e companhia concluem "definitivamente" que al-Assad é o autor do tal encenado ataque químico. Sim, hoje, no Correio da Manhã, até falavam em "assinatura de al-Assad nos atentados", hehehe, que rigor informativo, que objectividade! E a malta em casa ou no café responde o quê? Mééééééé!

 

A OPCW, porque acredita de forma subjectiva e anti-cientifica num gajo turco, nega a necessidade de realizar uma investigação em modos legais, que é como quem diz, enviar funcionários oficiais e neutrias da ONU ao local, de forma que estes possam investigar, recolher provas, análisá-las e depois produzir e apresentar na ONU um relatório com  as conclusões finais. Qual quê, a OPCW prefere acreditar num turco que ninguém sabe onde, quando nem como arranjou "as provas" e que, mesmo que se soubesse tudo isso, não seriam válidas de acordo com os procedimentos legais da ONU no que diz respeito a verificação de auntenticidade das amostras recilhidas,  comprovação da origem das amostras, comprovação da deslocação dos funcionários da ONU a Khan Shaykhun e não às Bahamas, e por aí fora. Qual quê, nada disto interessa, nem para a OPCW nem para os governos dos próprios países ocidentais como a França e EUA que criaram as regras da ONU para estes procedimentos, e muito menos para os média/mídia ocidentais que, apesar de adolarem essa instituição, não exigem nunca que se aplique os procedimentso legais e a metodologia da ONU a coisa nenhuma. Não, e por isso que gajos como o Paulo Dentinho devem racicionar assim "há, tá ali um turco a dizer que tem um frasco com gás sarin, boa, já vou mandar dizer nas notícias da noite da RTP que al-Assad é o culpado". E dias depois o mesmo Paulo Dentinho, director de informação da RTP, ouve dizer que os serviços secretos franceses concluíram que o al-Assad é o culpado, e volta a carga em horário nobre com não-notícias! Irra!

 

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), agência sobre a tutela da ONU, e sobre pressão dos EUA e seus estados vassalos, diz não ser necessário realizar uma investigação independente de acordo com as regras internacionais estabelecidas por ela mesma, pois diz serem suficientes "as provas" (não) recolhidas por franceses, ingleses e turcos de forma claramente oposta às regras internacionais estabelecidas pela própria OPAQ... que dizer! E que dizer do presidente da OPAQ, o turco (sim turco)  Ahmet Üzümcü que agora toma este tipo de absurdas decisões mas que recebeu o prémio nobel da paz por ter precisamente supervisionado a remoção das armas químicas sírias em 2013? Enfim...

 

 

Porquê negar o pedido sírio e russo de uma investigação legal e independente controlado pela OPAQ, séria e científica, a ser realizada por peritos da ONU a enviar até ao local do suposto ataque? Não é demais relembrar que o gás sarin leva semanas a decompor-se e que, portanto, ainda vão a tempo de provar se foi libertado ou não gás sarin em Khan Shaykhun. A não ser que, pelo contrário, não estejam interessados em recolher de forma legal, independente e científica as provas necessárias.  Para os interessados, ainda 2 artigos sobre o tema:

 

O sul-coreano, o brasileiro e o boliviano da ONU

Em sentido contrário, Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Investigadora do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para a Síria, afirma não haver provas sobre nada nem ninguém no caso do suposto ataque químico: “Não descobrimos nenhuma ligação entre o bombardeamento e emissões [de gás sarin]". Portanto, a pessoa encarregue oficialmente sobre o caso nem seuqer consegue apresentar provas confirmando que o ataque químico tenha efectivamente ocorrido, e no entanto os governos e média/mídia ocidentais querem-nos fazer querer, sem provas, que o culpado de algo que não se sabe se aconteceu foi al-Assad? Bravo!

 

Aqui fica um artigo sobre o tema:

 

E uma entrevista com o  diplomata brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro à ONU News Português

(o formato é marado. vejam directamente no facebook em https://www.facebook.com/ONUNewsPort/videos/10155968160572506/

 

E que tal ouvir quem, legamente, tem a responsabilidade de investigar o caso, nomeadamente o senhor Kim Won-soo, Sub-secretário Geral da ONU e Alto Comissário para os Assuntos de Desarmento? No dia 6 de deste mês, na reunião de emrgència do Conselho de Segurança da ONU, enquanto os mísseis Tomahawks norte-americonas destruiam de forma ilegal a base aérea síria de Shayrat, Kim Won-Soo respondia à provocação da embaixadora dos EUA na ONU afirmando que não, que não tinha provas de como e se o ataque teria de facto ocorrido, muito menos provas sobre quem o teria feito. Mas enfim, uma vez mais, nunca ouvi as palavras nem de um nem de outro nos ocidentais canais de propaganda desinformativa, porque será? Será que não reconhecem os orgãos internacionais da ONU nem as funções para as quais foram criadas? Será que só reconhecem a lei do mais forte que bombardeia impunemente o mais fraco, será?

 

E que tal ouvir as palavras sensatas do embaixador boliviano junto das Nações Unidas, o senhor Sacha Llorenti:

  

Portanto, e par acabar o tópico, ficamos com provas sem o mínimo de validade e com a garantia da OPAQ de não querer realizar investigações que permitam obter provas válidas. Acredita quem quiser nas provas franco-turco-inglesas mas, Kim Won-soo e Paulo Sérgio Pinheiro, como exige a seriedade dos seus cargos, só acreditam no que virem, se o que virem for obtido de forma válida. Até lá ficamos com a certeza ocidental baseada em vazio, a não ser que as forças sírias conquistem em breve Khan Shaykhun, o que nos leva para uma das maiores omissões mediáticas dos últimos 30 dias.

 

Sírios a caminho de Khan Shaykhun

Daqui a uns dias os sírios conquistarão, se tudo correr bem, Khan Shaykhun e depois podermos vir a assistir a barracada da boa. Com Khan Shaykhun sob controlo do governo sírio, não haverá forma da ONU e da OPAQ recusarem enviar os seus peritos até ao local. Por isso mesmo, apesar dos enormes e inacreditáveis avanços sírios rumo a Khan Shaykhun, RTP e companhia não fazem a mínima referência ao assunto. Por isso, se as forças sírias conquistarem Khan Shaykhun com a brevidade necessária para a realização de investigações independentes in locu, não se espante o leitor se não vier a ouvir nunca nada sobre o tema na RTP e companhia. No entanto, se tal acontecer, garanto-lhe que será noticiado neste espaço! 

 

A razão da ofensiva síria a sul da região de Idlib rumo a Khan Shaykhun tem razões complexas que já foram explicadas no artigo Terrorismo-colonização da Síria. Não vale a pena portanto voltar analisar assunto. Creio ser suficiente, para este artigo, dar uma olhada nos 2 mapas abaixo:

 

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E porque nunca se dá a palavra aos sírios, convido-o por fim a ouvir as opiniões pessoais de sírios, nas ruas de Damasco, sobre o encenado ataque químico tema deste artigo:

 

 

É tudo. Obrigado pela atenção!

 

Hiperligações interessantes sobre o tema:

 

Hiperligações de propaganda ocidental utlizada neste artigo:

 

Hiperligações sobre o encenado ataque químico de Ghouta em 2013:

 

Luís Garcia, 27.04.2017, Ribamar, Portugal

 leia mais artigos sobre a Síria aqui

 

 
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