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LAST MEN IN ALEPPO: al-Qaeda apresentada enquanto ‘White Helmets’ para a Nomeação Anual de 'Óscar' Terrorista - PARTE 1/3, por Vanessa Beeley

12.02.18 | Luís Garcia

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Vanessa Beeley POLITICA SOCIEDADE 

 

 

“Um leão da Jabhat Al Nusra (al-Qaeda na Síria) morreu hoje e foi para o paraíso. Rezo a Deus que aceite a sua alma."

 

Não, esta não é uma citação de um membro de um grupo terrorista presente na Síria. Esta é uma declaração tirada da págína facebook de Hasan Kattan, o director assistente do último blockbuster de promoção dos White Helmets, o documentário Last Men in Aleppo. Pouco depois, este post de facebook foi denunciado, e Kattan começou a remover esta e todas as outras imagens incriminatórias da sua página, ou tornou-as privadas/invisíveis para o público em geral. O discurso integral atribuído a este militante da al-Qaeda, escrito em 2014, é ainda mais emocionantemente poético:

"Seus belos sorrisos que iluminavam seu rosto ainda existem na minha cansada memória. Ele não era como qualquer outro Mujahid (combatente). Ele adorava lutar e morrer sob a bandeira islâmica e já o fez. Ele era, entre outros, o mais pristino e religioso, tinha piedade e setido de humor. Um leão da Frente al-Nusra morreu hoje e foi ao Paraíso. Rezo a Deus que aceite a sua alma ".

 

Abaixo, pode-se ver a imagem do post de facebook do "Leão da Frente al-Nusra". E também ver um comentário de Fadi Al-Halabi, o realizador de Last Men in Aleppo. No comentário de Halabi pode-se ler:

“Este é Jaloud. Morreu, e foi para o paraíso.” 

 


Post de Hasan Kattan no facebook, que inclui o comentário de Fadi Al-Halabi, o realizador de Last Men in Aleppo.

 

Kattan é descrito, pela CNN, como sendo "director executivo" do Aleppo Media Centre (AMC), um meio de comunicação em grande parte criado e subsidiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da França, que produziu muita da narrativa mediática ocidental durante a ocupação de Aleppo Leste pela Frente al-Nusra, que durou quase cinco anos. Um meio de comunicação que, como muitos outros, trabalhou incorporado [embedded] em várias facções de militantes extremistas e terroristas, que nunca foi além dos "exclusivos" ao estilo dos propagandistas de guerra sempre autorizados pela Frente al-Nusra (também conhecido por al-Qaeda), a qual sempre lhes dava luz verde para produções cinematográficas nas áreas sobre o seu controlo.

 

Kattan foi o responsável pela icónica fotografia de Omran Daqneesh, produzida pela AMC. A famosa imagem de um Omran despenteado e empoeirado quase mudou o curso da guerra na Síria em favor do terror de procuração [proxy terror] da coligação norte-americana, visto que a ONU esteve à beira de se dicidir por uma Zona de Exclusão Aérea e consequente intervenção pseudo-humanitária sob o pretexto de resgatar mais Omrans da "brutalidade do regime sírio" e seus aliados, sobretudo a Rússia.  

 

Apenas após a libertação de todos os distritos de Aleppo Oriental do controlo de terroristas, em dezembro de 2016, é que descobrimos a verdade por detrás da estória de Omran, um produção habilmente manipualda pela AMC, os White Helmets e diversos outros meios de comunicação do mundo inteiro alinhados à retórica da NATO. Kattan produziu toda esta embrulhada de mentiras como se fosse uma "verdade incontestável" de forma a poder, uma vez mais, virar a opinião pública contra o governo sírio, o Exército Árabe Sírio e os seus aliados. E quase o conseguiram, até que a família de Omran Daqneesh veio em 2017 a público falar contra a bélica manipulação de crianças, um tema recorrente na guerra de informação realizada contra a Sìria pelos coloniais meios de comunicação do Ocidente e dos Estados do Golfo. 

 

 

Mesmo depois da clarificação, a página facebook de Kattan continua mostrando a sua fidelidade à "revolução" síria e os entretanto expostos "moderados extremistas do Exército de Libertação Sírio (ELS). Será que o público do Last Men in Aleppo simplesmente esqueceu que já foram comprovadas as ligações entre o ELS e outras facções mais extremistas dentro da Síria, como por exemplo a Frente al-Nusra, e que comete diariamente horrendos crimes contra o povo sírio? E terão também se esquecido da reivindicação dos White Helmets de serem imparciais e neutrais? E a sua afirmação de "aderirem a ideologia apolítica dentro da Síria"? 

 

 

Várias cenas do filme Last Men in Aleppo mostram os "heróis" dos White Helmets comemorando e protestando efusivamente na companhia de apoiantes da "revolução" em Aleppo Oriental. Esses "apoiantes" da falsa "revolução", encarceraram e brutalizaram civis sírios enquanto reinou o controlo terrorista desses distritos. Estes não trouxeram nada mais que pobreza, sofrimento, destruição e miséria, de acordo com os civis sírios que entranto voltaram para as suas casas, desde que o exército sírio libertou essas áreas e que os White Helmets partiram (em Dezembro de 2016) em autocarros verdes na companhia de membros da Frente al-Nusra rumo a Idlib.

 

 

(#UN #BBC apelida os avanços do exército sírio em #Idlib de "desastre humanitário". Os refugiados de #Idlib  que fugiram da #NusraFront e de outros extremistas "moderados" não podem esperar que as suas casas sejam libertadas da ocupação terrorista... GRANDE diferença entre a narrativa dos apoiantes da NATO e a realidade)

 

Idlib é a derradeira linha de frente terrorista, e os White Helmets retomaram o seu papel de escudos humanos e de produtores de narrativas do estilo "último hospital" de forma a desencadear a choradeira de "desastre humanitário" da BBC, da ONU e de outros. Kareem Shaheen, do The Guardian, citou inclusive o auto-proclamado apoiante de terrorismo e líder dos White Helmets em Khan Sheikhoun, Mustafa Al Haj Yusef, na sua ânsia de promover o ponto de vista terrorista de Idlib enquanto que, uma vez mais, condena o povo sírio a um prolongado sofrimento nessa província ocupada pela Frente al-Nusra.

 

As ênfases foram adicionadas para demonstrar a indiscriminada hipérbole usada por esses jornalistas dos White Helmets:

"Os bombardeamentos são constantes. Não diariamente mas sim hora à hora, em toda a região, e parece serem realizados de forma completamente aleatória," disse Mustafa al-Haj Youssef, um socorrista dos White Helmets encarregado da cidade de Idlib. "Aquilo que nos mais fere são os double-tap strikes [ataques de 2ª grau], quando o regime bombardeia uma determinada área, e nós deslocamo-nos até lá após termos recebido chamadas de emergência, e depois bombardeiam-nos outra vez. O deslocamento [de refugiados], por norma, é feito sem a garantia de que não sofram bombardeamentos indiscriminados," afirmou este.

 

 

(#Whitehelmets desmascarando “The Last Men in Aleppo” - Relações públicas dos terroristas da ELS e a campanha propagandista para a nomeação para um óscar https://t.co/hg5h0LxjRG #LastMenInAleppo #Syria - WhiteHelmets Desmascardos (@WhiteHelmetsEXP) 26 de Janeiro de 2018)

 

Portanto, e para completar o capítulo sobre Kattan. Este mais não é que um funcionário de relações públicas do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, financiado pela banca, que louvou a morte de um terrorista da al-Qaeda na Síria. Kattan já havia produzido uma das mais memoráveis mentiras do conflito que dura há 7 anos na Síria (Omran Daqneesh) e, mal acabado de festejar este seu efémero "triunfo" propagandista, já está envolvido num segundo blockbuster de exaltação aos White Helmets (afiliados à Frente al-Nusra). 

 

CONTINUA

Vanessa Beeley, 20.01.2018

 

Leia a 2ª parte aqui

Leia a 3ª parte aqui

 

traduzido para o português por Luís Garcia

versão original em inglês: LAST MEN IN ALEPPO: Al Qaeda Presented as ‘White Helmets’ for the Annual Terrorist ‘Oscar’ Nomination

 

 
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