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Pensamentos Nómadas

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Foto-reportagem - A Coreia do Norte que nem Trump nem os media ocidentais querem que o mundo veja, por Eva Bartlett

25.01.18 | Luís Garcia
 

 

Foto-reportagem - A Coreia do Norte que nem Trump

 

Eva Bartlett POLITICA SOCIEDADE 

 

PYONGYANG, COREIA DO NORTE - A Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia, ou RPDC) é uma dos países menos compreendidos do mundo e um dos sobre quais mais mentiras se contam. Nas caricaturas dos media corporativos ocidentais, a maioria das notícias sobre o país são alarmistas (do tipo "os norte-coreanos querem te matar"), falsas ("todos os homens têm de ter o mesmo corte de cabelo", uma história com origem em Washington) ou são sobre as forças armadas do país.

 

Relatos sobre as proezas e ameaças militares desta nação por norma ignoram (como se pode pode ver aqui) a presença ocupante de 28.500 militares dos EUA na Coreia do Sul, as suas 38 instalações militares e, mais recentemente, a bateria de defesa  área THAAD instalada também na Coreia do Sul - " um sistema de radar norte-americano que é rejeitado pelo povo coreano, quer do norte quer do sul, bem como pela China ".

 

A 19 de Setembro de 2017, no fórum da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu "destruir totalmente" a Coreia do Norte.

 

E esta não foi a primeira vez que ameaças foram proferidas contra a Coreia do Norte. Colin Powell, em 1995, ameaçou transformar a Coreia do Norte num "pedaço de carvão" e, em 2013, reiterou essa ameaça de "destruir" o país.

 

O que não é transmitido nos medias corporativos é o fato de que os EUA já aniquilaram uma vez a Coreia do Norte, destruindo a capital Pyongyang e outras cidades pelo país fora, utilizando para o efeito 635 mil toneladas de bombas, incluindo 32.557 toneladas de Napalm, transformando assim o norte  num "pedaço de carvão" '.

 

Curtis E. LeMay, um general reformado das forças norte-americanas, e que liderou o Comando Aéreo Estratégico durante essa guerra, afirmou que "queimaram todas as cidades da Coreia do Norte". Nas palavras de LeMay: "Durante um período de mais ou menos três anos, matámos, sei lá, uns 20% da população da Coreia, vítimas directas da guerra, da fome e da exposição."

 

Também omitidas nas notícias sobre a Coreia do Norte são as sanções contra o norte, aplicadas desde 1950, tornando ainda mais difíceis os esforços de reconstrução pós-destruição. As sanções atacam a população, afectando todos os aspectos das suas vidas (como de forma humorística é posto em relevo neste vídeo). Ainda assim, e contra todas as probabilidades, o país contínua a ter um invejável sistema de saúde. Como chamou à atenção o professor Michel Chossudovsky noted: "O sistema de saúde da Coreia do Norte é a inveja do mundo desenvolvido." E, de acordo com Margaret Chan, a directora geral  da Organização Mundial de Saúde, a Coreia do Norte não "têm falta de médicos nem de enfermeiras".

 

Ainda mais ofuscados nas notícias ocidentais são os bianuais ataques simulados (a que os EUA eufemisticamente se refere como 'jogos de guerra') contra a Coreia do Norte, envolvendo "centenas de milhares de tropas". Como afirmou o autor e investigador Stephen Gowans, "nunca é claro para os militares norte coreanos se as manobras dirigidas pelos EUA se tratam de exercícios defensivos ou preparativos para uma invasão".

 

Um propositado e familiar crime contra a realidade

As absurdas caricaturais "notícias" que se ouvem nos meios de comunicação ocidentais sobre a Coreia do Norte têm como objectivo fazer nos abstrairmos dos crimes norte-americanos passados e actuais contra o povo coreano, assim como recolher apoio para mais um massacre de gente inocente liderado pelos EUA.
 
 
As estórias são desenhadas a pensar na difamação do líder do país e em estabelecer um determinado contexto, ignorando por completo a perspectiva dos norte-coreanos. Este é um procedimento de operação padrão [standard operating procedure] em relação a países como a Síria, a Líbia, a Venezuela, Cuba e, onde quer que os EUA e seus aliados tenham metido na cabeça a ideia de estabelecer o seu controlo (e as suas bases militares). Como escreveu o historiador Bruce Cumings:
 

A demonização da Coreia do Norte transcende as divisões partidárias e assenta num imaginário de ideias subliminares racistas e orientalistas; Ninguém está disposto a aceitar que os norte-coreanos possam ter válidas razões para não aceitar a definição norte-americana de realidade ."

 

É suposto acreditarmos que o líder norte-coreano é paranóico e inexplicavelmente obcecado com a ideia de bombardear a América. Absolutamente eliminado desta estória é o facto de que os norte-coreanos têm uma perspectiva diferente: o direito de dissuasão contra uma nova aniquilação norte-americana do país. O direito à autodefesa. 

 

Em resposta às ameaças de aniquilamento de Trump, Ri Yong Ho, Ministro dos Negócios Estrangeiros da RPDC, afirmou no dia 23 de Setembro [de 2017] que:

 

Os EUA foram o primeiro país a produzir armas nucleares e o único que de facto as utilizou, massacrando centenas de milhares de civis inocentes. Foram os EUA que ameaçaram utilizar armas nucleares contra a RPDC durante a Guerra da Coreia dos anos 50, e foram este quem primeiro introduziu armas nucleares dentro da península coreana durante o pós-guerra.  

… A precisa razão pela qual a RPDC possui armas nucleares chama-se EUA, e aquela teve de reforçar e desenvolver a sua capacidade nuclear para os níveis que actualmente existem de forma a poder lidar com os EUA."

 

Os norte-coreanos na pespectiva de um visitante

Propaganda e história aparte, o que muito raramente vemos em artigos sobre a Coreia do Norte é o lado humano, algumas das caras dos 25 milhões de pessoas que correm o risco de serem mortas ou mutiladas por um ataque liderados pelos EUA.

 

De 24 a 31 de Agosto de 2017, fiz parte de uma delegação de 3 pessoas que de forma independente visitaram a RPDC, com o intuito de ouvir os próprios coreanos falar do seu país e da sua história.

 

À medida que o fomos fazendo, ouvimos também sobre os seus desejos de reunificação com o Sul, sobre os seus esforços passados para alcançar esse objectivo, o seu desejo de paz, e a recusa de voltarem a ser destruídos. Abaixo partilho fotografias e vídeos capturados durante a semana que passei no país, e nos quais me esforcei para mostrar o povo norte-coreano, parte da sua impressionante infra-estrutura, e os desenvolvimentos que os media corporativos certamente nunca mostrarão.

 

Impacto que tem a norte-americana proibição de viagem nas perspectivas não filtradas sobre a Coreia do Norte

A minha visita coincidiu com a iminente proibição de viagem dos EUA à RPDC, que entrou em vigor um dia depois de eu ter deixado o país.

 

Enquanto possuidora de dupla-nacionalidade canadiana e norte-americana, eu ainda posso optar por retornar à RPDC após Setembro de 2017 com o meu passaporte canadiano. No entanto, para os norte-americanos, a proibição significa que apenas em casos muito específicos lhes será possível viajar até à RPDC. Notas explicativas do Departamento de Estado dos EUA: "As pessoas que desejem viajar para a Coreia do Norte com um passaporte dos EUA após este período devem obter uma autorização especial, de acordo com o regulamento 22 C.F.R. 51.64, e tais validações serão concedidas somente em circunstâncias muito limitadas".

 

Embora os EUA façam crer que a proibição de viajem baseia-se em razões de segurança para os seus cidadãos, o mesmo aviso contém esta ameaça:

 

Usar um passaporte norte-americano em violação destas restrições  poderá resultar em penalidades criminais. Mais, o Departamento poderá revocar um passaporte usado em violação destas restrições."

 

Esta linguagem revela que a razão mais provável desta proibição pode ser a de evitar que o público norte-americano obtenha contacto com o lado humano e os aspectos positivos da RPDC. 

 

De facto, num artigo da Forbes de Agosto de 2017 sobre a Coreia do Norte, por entre a previsível retórica ocidental, encontravam-se surpreendentes admissões da realidade:

 

Pyongyang parece muito mais uma cidade normal do que há 25 anos atrás. Na altura não havia carros particulares e poucos eram os carros governamentais. Perguntava-me por que razão se davam ao trabalho de ter semáforos. Hoje em dia há tráfego. Não há muito, pelo padrão norte-americano (ou chinês!). Mas já não há aquela fantasmagórica sensação de avenidas vazias... Os visitantes que vêm durante períodos mais longos e que têm mais guias, frequentemente, têm uma interacção informal mais significativa com os norte-coreanos "reais". Esta é uma das razões pelas quais eu acredito que a proibição de viajar para o Norte é uma ideia absurda e contraproducente ".

 

Para mais fotografias e vídeos sobre a RPDC, por favor consulte o meu albúm no Facebook e a minha playlist no Youtube, e assista à minha conversa com os criadores do documentário satírico entitulado “The Haircut, a North Korean Adventure”.

 

The Mangyongdae Children's Palace in Pyongyang is a sprawling extra-curricular facility offering children lessons in sports, dance and music (Korean and non), foreign languages, science, computers, calligraphy and embroidery, and more. Around 5,000 children daily attend this facility. They may indeed be the most talented children in Pyongyang and surroundings, but encouraging the growth of talent is something done worldwide. Unlike in many Western nations, in the DPRK lessons are free of charge.

O Palácio Infantil de Mangyongdae em Pyongyang é uma extensa infra-estrutura extra-curricular onde são oferecidas às crianças aulas de desporto, dança e música (coreana e não só), línguas estrangeiras, ciência, computação, caligrafia, bordado e muito mais. Diariamente cerca de 5.000 crianças utilizam esta instalação. Pode bem ser as crianças mais talentosas de Pyongyang e arredores, mas incentivo ao desenvolvimento de talentos é algo feito em todo o lado. Ao contrário daquilo que se passa em muitas nações ocidentais, na RPDC as aulas são gratuitas.

 

The Pyongyang International Football School opened in 2013. The complex includes a massive stadium and a school teaching all subjects, with football as a focus for the roughly 200 students. Different classes practised their skills outside, doing warm-up drills to energetic music. When years ago I lived in Korea's south, practicing Tae Kwan Do I warmed-up to similar drills.

A Escola Internacional de Futebol de Pyongyang abriu em 2013. O complexo inclui um gigantesco estádio e uma escola onde se ensina todoo tipo de disciplina, com o futebol como foco central para os aproximadamente 200 alunos. Várias turmas treinam as suas habilidades ao ar livre, fazendo exercícios de aquecimento ao som de música energética. Quando eu há uns anos atrás vivia na Coreia do Sul, costumava fazer os aquecimentos das aulas de Taekwondo recorrendo a exercícios semelhantes. 

 

Students at the Mangyongdae Children's Palace playing the traditional Korean instrument, the kayagun. Listen to their performance here.

Estudantes no Palácio Infantil de Mangyongdae tocando kayagun, o instrumento tradicional coreano. Oiça a performance aqui.

 

In Pyongyang Middle School. Students spoke in English of the universal desire for peace, one girl urging people to struggle for peace. On the issue of North Korea's weapons, one teenage boy said: “We make intercontinental ballistic rockets, not for invading other countries but for our national defense. To protect one's country, the country must have a powerful defense.”

Numa escola secundária de Pyongyang. Os estudantes falaram em inglês sobre o universal desejo de paz, e uma jovem instou pela luta pela paz. Em relação ao temas do armamento norte-coreano, um adolescente afirmou: "Nós produzimos mísseis balísticos intercontinentais não para invadir outros países mas sim para assegurar a defesa da nação. Para se proteger um país, é preciso que se tenha uma poderosa defesa."

 

Em relação às minhas perguntas sobre as sanções norte-americanas, uma jovem respondeu: "As sanções não são justas, o nosso povo não fez nada de errado contra os EUA." Outro rapaz falou sobre o silêncio em torno do uso norte-americano de bombas nucleares sobre civis: "Porque é que pessoas de todo o mundo aplicam sanções contra nós? Porquê só nós? Porque é que não podemos aplicar sanções contra os EUA? É injusto, é completamente errado,"

 

In a hallway in the Middle School, a poster encourages students to alert authorities if they come across unexploded ordnance (UXOs). Our host, Kim Song-Nam, said: “We're still discovering old bombs, for example when we dig to lay foundation for a building.” This article noted the discovery of nearly 400 UXOs near an elementary school playground, that farmers periodically come across UXOs, and that the cleanup period may take longer than 100 years. At the Pyongyang War Museum we learned: “There were 400,000 people in Pyongyang, and they dropped more bombs than that on the city.” 428,000 bombs, according to the museum guide.

Num corredor da Escola Secundária, um cartaz encoraja os estudantes a alertar as autoridades caso encontrem munições não detonadas (UXO's). O nosso anfitrião, Kim Song-Nam, disse-nos: "Ainda continuamos a descobrir bombas antigas, por exemplo, quando cavamos para construir as fundações de um prédio". Este artigo relata a descoberta de quase 400 UXO's perto de um parque infantil do ensino primário, que camponeses periodicamente, encontram UXO's, e que a limpeza de todas estas bombas pode levar mais de 100 anos. No Museu da Guerra de Pyongyang aprendemos que: "Havia em Pyongyang 400.000 pessoas e foram largadas 428.000 bombas, mais bombas que o número de habitantes", de acordo com o guia do museu.

 

Students playing football outside the Middle School. Watch clip here

Estudantes jogando futebol no parque da Escola Secundária.  Veja o vídeo aqui.

 

 Pyongyang's Science and Technology Center, completed in 2015, is an expansive structure heated by geothermal energy, and with drip irrigation-watered live grass on inside walls. Its more than 3,000 computers are solar powered, the library has books in 12 foreign languages, and a long-distance learning program enables people from around the country to study and earn a degree equivalent to that of in-university studies.

O Centro de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, concluído em 2015, é uma enorme estrutura aquecida com energia geotérmica e que tem no interior relva natural irrigada por gotejamento. Os seus mais de 3.000 computadores são alimentados a energia solar, a biblioteca possui livros em 12 línguas estrangeiras, e um programa de aprendizagem à distância permite que pessoas de todo o país estudem e obtenham um diploma equivalente ao de estudos realizados numa universidade.


Assista a uma visita ao centro.

 

Student in the aquarium section of Pyongyang's zoo. While the zoo was well-maintained, by far most interesting was watching the human interactions, from schoolchildren to adults. Koreans returned our smiles with deep, genuine smiles.

Um estudante na secção de aquários do jardim zoológico de Pyongyang. Confirmado que o jardim zoológico estava bem mantido, de longe o mais interessante foi observar as interacções humanas, desde as dos alunos até às do adultos. Os coreanos retribuem os nossos sorrisos com profundos e genuínos sorrisos. Assista a um vídeo filmado no jardim zoológico.

 

A group of schoolgirls pause for a portrait photo at Pyongyang's zoo.

Um grupo de estudantes pousam para um retrato no jardim zoológico de Pyongyang. Assista ao vídeo filmado no jardim zoológico.

 

The Okryu Children's Hospital is a six-story, 300-bed facility across from Pyongyang's towering maternity hospital. U.S. sanctions on the DPRK prevent further entry of machines like the pictured CT scan. While defiantly proud of the health care system, Dr. Kim Un-Song spoke of her anger as a mother: “This is inhumane and against human rights. Medicine children need is under sanctions.”

O Hospital Pediátrico de Okryu é um edifício de seis andares com 300, localizado nas mas imediações da maternidade de Pyongyang. As sanções dos EUA contra a RPDC impedem a entrada de equipamento como o necessário à realização de tomografias computorizadas (TAC's). Embora desafiosamente orgulhosa do sistema de saúde nacional, a Dra. Kim Un-Song falou da raiva que sente enquanto mãe: "Isso é desumano e contra os direitos humanos. Medicamentos necessários para as crianças encontram-se sancionados".

 

The Children's Hospital provides classes to inpatient children to continue their studies while in hospital.

O hospital pediátrico providencia aulas para crianças internadas, para que estas possam continuar os seus estudos no hospital.

 

 Dr. So-Yung (60) works in the tele-consultation department of the Children's Hospital. “We have contacts with provincial-level and county-level hospitals, mostly about children's diseases or illnesses. When they have difficulties with diagnoses, they request consultations from this hospital,” he explained. “I cannot suppress my anger about the sanctions imposed by the U.S. and other countries. Yet, generally it doesn't affect our health system. We have a solid health system, we are giving proper treatment to people and are producing our own medicines.”

O Dr. So-Yung (60 anos) trabalha no departamento de tele-consulta do Hospital Pediátrico. "Temos contatos com hospitais provinciais e distritais, principalmente sobre doenças, infantis incluídas. Quando eles têm dificuldades com os diagnósticos, fazem pedidos de consultas a este hospital ", explicou. "Não consigo suprimir a raiva sentida em relação às sanções impostas pelos EUA e outros países. No entanto, no geral, isso não afecta nosso sistema de saúde. Temos um sólido sistema de saúde, estamos dando um tratamento adequado às pessoas e estamos a produzir os nossos próprios medicamentos".

 

While walking up a path to the Pakyong Waterfall, over 100 km south of Pyongyang, I met a group of men and women grilling meat over a fire. At the waterfall, other picnickers ate grilled meat, fish, boiled eggs, kimbap (“Korean sushi”), and kimchi (fermented vegetables), drinking beer and soju (alcoholic drink). Having lived in South Korea, this scene is one I saw countless times along the sea or in the mountains.

Enquanto caminhava num trilho junto à cascata de Pakyong, a mais de 100 km a sul de Pyongyang, encontrei um grupo de homens e mulheres grelhando carne. Junto à cascata, outros mais comiam carne grelhada, peixe, ovos cozidos, kimbap ("sushi coreano") e kimchi (legumes fermentados), enquanto bebiam soju (uma bebida alcoólica). Tendo vivido na Coreia do Sul, esta é uma cena à qual assisti vezes sem conta junto ao mar ou nas montanhas. Assista a este vídeo e a este

 

Beneath a tree near the waterfall, soldiers took turns being photographed with the waterfall as a backdrop. Later, they repeated at the waterfall.

Por detrás de uma árvore junto a uma cascata, soldados revezam-se para tirar fotografias com a cascada como pano de fundo. Mais tarde, fizeram o mesmo na cascata. Veja aqui.

 

Girls played at a puddle of water near the waterfall. Walking past me, one smiled for the camera, the other shy.

Um grupo de homens sentados conversando junto a uma cascata.

 

North Korea has suffered harsh periods of drought and starvation. The long-imposed brutal U.S. sanctions and destruction of the country don't help matters. Yet, traveling over a hundred kilometers south from Pyongyang, we passed endless lush fields of corn and rice.

A Coreia do Norte tem sofrido duros períodos de seca e de fome. As brutais sanções de longa data impostas pelos EUA e a destruição do país não ajudam em nada. Ainda assim, viajando por centenas de quilómetros a sul de Pyongyang, passámos por infinitos e luxuosos campos de milho e arroz.

 

Plots of land surround houses in the Jangchon Cooperative Vegetable Farm. Homes are equipped with solar water heaters, and use methane gas for cooking. Song Myong-Oh moved with her husband from Kangnam county to the farm. Outside their home grew eggplants, peppers, corn, and herbs. Of America's threats against North Korea she said: “Although we don't want war, we are not afraid of the US.”

Lotes de terra rodeiam as casas da Cooperativa Agrícola de Jangchon. As casas estão equipadas com painéis solares para aquecer água e usam gás metano para cozinhar. Song Myong-Oh mudou-se com o marido do condado de Kangnam para aqui. Junto à sua casa crescem beringelas, pimentos, milho e ervas aromáticas. Sobre as ameaças dos EUA contra a Coreia do Norte disse-nos: "Embora não desejemos a guerra, não temos medo dos EUA".

 

 

Inside the child-care center of the Jangchon Cooperative Farm. The cooperative also includes a cultural center for meetings and events, and rows of greenhouses.

Dentro do infantário da Cooperativa Agrícola de Jangchon. A cooperativa inclui um centro cultural para reuniões e eventos, e inúmeras estufas.

 

At the Kaeson Youth Amusement Park inside the city one night, I interacted with people and tried out some of the rides. The park was packed with families and children, including a group of 14-year-olds who had visited multiple times. A schoolteacher from Nampo City said she frequently brings her students to visit. A young man next to me on one of the rides filmed with his mobile. With an entrance fee of 200 North Korean Won (about US $0.22), the lines were long. Photo: A second amusement Park outside of Pyongyang.

No Parque de Diversões Kaeson dentro da cidade, uma noite, interagi com várias pessoas e experimentei alguns dos passeios disponíveis. O parque estava cheio de famílias e crianças, incluindo um grupo de jovens de 14 anos que já haviam visitado várias vezes o parque. Uma professora da cidade de Nampo disse-nos que trás frequentemente os seus alunos a visitar o parque. Um jovem que seguia ao meu lado num dos passeios ia filmando com o seu telemóvel. Com bilhetes de entrada a 200 Won da Coreia do Norte (cerca de 22 cêntimos de dólar), as filas são longas. Foto: Um segundo parque de diversões fora de Pyongyang.

 

Under colonial Japanese rule, Pyongyang Silk Factory laborers worked in unsanitary conditions. When Korea gained independence, conditions were gradually modernized and improved. The present-day factory is clean and well lit, with water coolers throughout. The 1,600 workers work eight-hour shifts, with financial incentives to those who exceed their quotas. A nursery provides childcare, and unmarried women have accommodation on site, with a cafeteria and sports and leisure areas.

Sob ocupação colonial japonesa, os trabalhadores da fábrica de seda de Pyongyang trabalhavam em condições insalubres. Quando a Coreia ganhou independência, as condições foram gradualmente modernizadas e melhoradas. A fábrica actual é limpa e bem iluminada, com água refrigerada em toda parte. Os 1.600 trabalhadores trabalham por turnos de oito horas, com incentivos financeiros para aqueles que excedem as suas cotas. Um infantário oferece assistência à infância, e as mulheres solteiras têm acomodação no local, com uma cafeteria e áreas de desporto e lazer.

 

Fruit stand seen in Pyongyang. Small stands this size also sell snack food, sweets, water, sodas, beer, and ice cream.

Uma frutaria em Pyongyang. Em pequenos stands deste tamanho também se vendem lanches, doces, água, refrigerantes, cerveja e gelados.

 

A revolving bar and restaurant at the top of Yanggakdo Hotel overlooks a modern, rebuilt city. The DPRK receives tourists from around the world -- especially China and Japan, but also South Koreans -- and is continually opening up areas for tourism. The potential for more American tourism was recently stymied with the September 1, 2017 U.S. travel ban.

Um bar e restaurante giratório no topo do Hotel Yanggakdo tem vista para uma cidade moderna e reconstruída. A RPDC recebe turistas de todo o mundo - especialmente da China e do Japão, mas também sul-coreanos - e está continuamente abrindo novas áreas para o turismo. O potencial para mais turismo norte-americano foi recentemente bloqueado com a proibição de viagem criada pelos EUA e em vigor desde 1 de setembro de 2017.

 

At Panmunjom, near the Demilitarized Zone (DMZ), one learns the North Korean side of history, including the over 8,400 ceasefire violations by the United States. One of many notable such violations was the espionage vessel, the USS Pueblo, now on display outside Pyongyang's war museum. North Koreans on several occasions proposed to have peace treaty talks, with “no positive response from the U.S. side.”

Em Panmunjom, junto à zona desmilitarizada, uma pessoa aprende sobre o lado norte-coreano da história, incluindo as mais de 8400 violações de cessar-fogo dos Estados Unidos. Uma das muitas violações notáveis foi a embarcação de espionagem USS Pueblo, agora exposto no exterior do museu de guerra de Pyongyang. Os norte-coreanos propuseram, em várias ocasiões, conversações para um acordo de paz, sempre "sem resposta positiva do lado norte-americano".

 

Isso é algo que o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, que visitou a RPDC três vezes, confirmou quando disse que se encontrou com Kim Il-Sung em 1994 "num momento de crise no qual ele [Kim Il-Sung] concordou em colocar todos os seus programas nucleares sob rigorosa supervisão da Agência Internacional de Energia Atómica, alcançar um acordo mútuo com os Estados Unidos sobre um tratado de paz permanente e realizar cimeiras com o presidente da Coreia do Sul ". Carter afirmou que Kim Jong-Il lhe prometera honrar estas promessas.

 

 In a hall near the DMZ, photos depict 2000 and 2007 meetings between North and South discussing reunification, as well as the support of the people in both South and North. Our guide at Panmunjom noted: “On July 7, 1994, the day before he died, President Kim Il-Sung was looking through documents regarding reunification. He devoted his whole life to this.”

Num corredor junto à zona desmilitarizada, um conjunto de fotos retratam as reuniões de 2000 e 2007 entre o Norte e o Sul acerca da reunificação, bem como o apoio popular a sul e a norte. O nosso guia em Panmunjom disse-nos: "A 7 de Julho de 1994, no dia anterior à sua morte, o Presidente Kim Il-Sung examinava documentos sobre a reunificação. Ele dedicou toda a sua vida a isso ".

 

Pyongyang's metro is a three minute escalator ride below ground into a series of marble stations with elaborate chandeliers and beautiful wall paintings. Passengers ranged from well-dressed people, women in nice dresses and high heels, and others in casual blouses and slacks. Mosaics and engravings depict scenes of farming, construction, factories, rebuilding. Riding the metro costs the equivalent of a few cents. The tour group, Uri Tours, writes that half a million people ride the subway daily.

O metro de Pyongyang é um passeio de três minutos em escadas-rolantes debaixo do solo que dá para uma série de estações em mármore com lustres elaborados e belas pinturas de parede. Os passageiros variaram entre pessoas bem vestidas, mulheres em vestidos bonitos e saltos altos, e outras ainda em blusas e calças casuais. Mosaicos e gravuras retratam cenas de agricultura, construção, fábricas ou reconstrução. Andar de metro custa o equivalente a alguns cêntimos. O grupo de turismo, Uri Tours, informa que meio milhão de pessoas viajam diariamente de metro. Veja um vídeo do metro aqui.

 

One of our hosts, Kim-Young, holding the flag of the DPRK. Behind her, the Juche tower, so-named after the dominant philosophy of self-reliance. Our other host, Kim Song-Nam, explained: “The Juche philosophy was created by President Kim Il-Sung. Man decides his own destiny, we rely on our own resources.”

Uma das nossas anfitriãs, Kim-Young, segurando a bandeira da RPDC. Atrás dela vê-se a torre Juche, cujo nome é uma referência à dominante filosofia da auto-suficiência. Um outro anfitrião nosso, Kim Song-Nam, explicou-nos: "A filosofia Juche foi criada pelo presidente Kim Il-Sung. A humanidade decide o seu próprio destino, dependemos dos nossos próprios recursos ".

 

Eva Bartlett, 20.10.2017

traduzido para o português por Luís Garcia

versão original em inglês: Photo-Report: The North Korea Neither Trump Nor Western Media Wants The World To See

 

 
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