PYONGYANG, COREIA DO NORTE - A Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia, ou RPDC) é uma dos países menos compreendidos do mundo e um dos sobre quais mais mentiras se contam. Nas caricaturas dos media corporativos ocidentais, a maioria das notícias sobre o país são alarmistas (do tipo "os norte-coreanos querem te matar"), falsas ("todos os homens têm de ter o mesmo corte de cabelo", uma história com origem em Washington) ou são sobre as forças armadas do país.
Relatos sobre as proezas e ameaças militares desta nação por norma ignoram (como se pode pode ver aqui) a presença ocupante de 28.500 militares dos EUA na Coreia do Sul, as suas 38 instalações militares e, mais recentemente, a bateria de defesa área THAAD instalada também na Coreia do Sul - " um sistema de radar norte-americano que é rejeitado pelo povo coreano, quer do norte quer do sul, bem como pela China ".
A 19 de Setembro de 2017, no fórum da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu "destruir totalmente" a Coreia do Norte.
O que não é transmitido nos medias corporativos é o fato de que os EUA já aniquilaram uma vez a Coreia do Norte, destruindo a capital Pyongyang e outras cidades pelo país fora, utilizando para o efeito 635 mil toneladas de bombas, incluindo 32.557 toneladas de Napalm, transformando assim o norte num "pedaço de carvão" '.
Curtis E. LeMay, um general reformado das forças norte-americanas, e que liderou o Comando Aéreo Estratégico durante essa guerra, afirmou que "queimaram todas as cidades da Coreia do Norte". Nas palavras de LeMay: "Durante um período de mais ou menos três anos, matámos, sei lá, uns 20% da população da Coreia, vítimas directas da guerra, da fome e da exposição."
Também omitidas nas notícias sobre a Coreia do Norte são as sanções contra o norte, aplicadas desde 1950, tornando ainda mais difíceis os esforços de reconstrução pós-destruição. As sanções atacam a população, afectando todos os aspectos das suas vidas (como de forma humorística é posto em relevo neste vídeo). Ainda assim, e contra todas as probabilidades, o país contínua a ter um invejável sistema de saúde. Como chamou à atenção o professor Michel Chossudovsky noted: "O sistema de saúde da Coreia do Norte é a inveja do mundo desenvolvido." E, de acordo com Margaret Chan, a directora geral da Organização Mundial de Saúde, a Coreia do Norte não "têm falta de médicos nem de enfermeiras".
Ainda mais ofuscados nas notícias ocidentais são os bianuais ataques simulados (a que os EUA eufemisticamente se refere como 'jogos de guerra') contra a Coreia do Norte, envolvendo "centenas de milhares de tropas". Como afirmou o autor e investigador Stephen Gowans, "nunca é claro para os militares norte coreanos se as manobras dirigidas pelos EUA se tratam de exercícios defensivos ou preparativos para uma invasão".
Um propositado e familiar crime contra a realidade
As absurdas caricaturais "notícias" que se ouvem nos meios de comunicação ocidentais sobre a Coreia do Norte têm como objectivo fazer nos abstrairmos dos crimes norte-americanos passados e actuais contra o povo coreano, assim como recolher apoio para mais um massacre de gente inocente liderado pelos EUA.
A demonização da Coreia do Norte transcende as divisões partidárias e assenta num imaginário de ideias subliminares racistas e orientalistas; Ninguém está disposto a aceitar que os norte-coreanos possam ter válidas razões para não aceitar a definição norte-americana de realidade ."
É suposto acreditarmos que o líder norte-coreano é paranóico e inexplicavelmente obcecado com a ideia de bombardear a América. Absolutamente eliminado desta estória é o facto de que os norte-coreanos têm uma perspectiva diferente: o direito de dissuasão contra uma nova aniquilação norte-americana do país. O direito à autodefesa.
Em resposta às ameaças de aniquilamento de Trump, Ri Yong Ho, Ministro dos Negócios Estrangeiros da RPDC, afirmou no dia 23 de Setembro [de 2017] que:
Os EUA foram o primeiro país a produzir armas nucleares e o único que de facto as utilizou, massacrando centenas de milhares de civis inocentes. Foram os EUA que ameaçaram utilizar armas nucleares contra a RPDC durante a Guerra da Coreia dos anos 50, e foram este quem primeiro introduziu armas nucleares dentro da península coreana durante o pós-guerra.
… A precisa razão pela qual a RPDC possui armas nucleares chama-se EUA, e aquela teve de reforçar e desenvolver a sua capacidade nuclear para os níveis que actualmente existem de forma a poder lidar com os EUA."
Os norte-coreanos na pespectiva de um visitante
Propaganda e história aparte, o que muito raramente vemos em artigos sobre a Coreia do Norte é o lado humano, algumas das caras dos 25 milhões de pessoas que correm o risco de serem mortas ou mutiladas por um ataque liderados pelos EUA.
De 24 a 31 de Agosto de 2017, fiz parte de uma delegação de 3 pessoas que de forma independente visitaram a RPDC, com o intuito de ouvir os próprios coreanos falar do seu país e da sua história.
À medida que o fomos fazendo, ouvimos também sobre os seus desejos de reunificação com o Sul, sobre os seus esforços passados para alcançar esse objectivo, o seu desejo de paz, e a recusa de voltarem a ser destruídos. Abaixo partilho fotografias e vídeos capturados durante a semana que passei no país, e nos quais me esforcei para mostrar o povo norte-coreano, parte da sua impressionante infra-estrutura, e os desenvolvimentos que os media corporativos certamente nunca mostrarão.
Impacto que tem a norte-americana proibição de viagem nas perspectivas não filtradas sobre a Coreia do Norte
A minha visita coincidiu com a iminente proibição de viagem dos EUA à RPDC, que entrou em vigor um dia depois de eu ter deixado o país.
Enquanto possuidora de dupla-nacionalidade canadiana e norte-americana, eu ainda posso optar por retornar à RPDC após Setembro de 2017 com o meu passaporte canadiano. No entanto, para os norte-americanos, a proibição significa que apenas em casos muito específicos lhes será possível viajar até à RPDC. Notas explicativas do Departamento de Estado dos EUA: "As pessoas que desejem viajar para a Coreia do Norte com um passaporte dos EUA após este período devem obter uma autorização especial, de acordo com o regulamento 22 C.F.R. 51.64, e tais validações serão concedidas somente em circunstâncias muito limitadas".
Embora os EUA façam crer que a proibição de viajem baseia-se em razões de segurança para os seus cidadãos, o mesmo aviso contém esta ameaça:
Usar um passaporte norte-americano em violação destas restrições poderá resultar em penalidades criminais. Mais, o Departamento poderá revocar um passaporte usado em violação destas restrições."
Esta linguagem revela que a razão mais provável desta proibição pode ser a de evitar que o público norte-americano obtenha contacto com o lado humano e os aspectos positivos da RPDC.
De facto, num artigo da Forbes de Agosto de 2017 sobre a Coreia do Norte, por entre a previsível retórica ocidental, encontravam-se surpreendentes admissões da realidade:
Pyongyang parece muito mais uma cidade normal do que há 25 anos atrás. Na altura não havia carros particulares e poucos eram os carros governamentais. Perguntava-me por que razão se davam ao trabalho de ter semáforos. Hoje em dia há tráfego. Não há muito, pelo padrão norte-americano (ou chinês!). Mas já não há aquela fantasmagórica sensação de avenidas vazias... Os visitantes que vêm durante períodos mais longos e que têm mais guias, frequentemente, têm uma interacção informal mais significativa com os norte-coreanos "reais". Esta é uma das razões pelas quais eu acredito que a proibição de viajar para o Norte é uma ideia absurda e contraproducente ".
Para mais fotografias e vídeos sobre a RPDC, por favor consulte o meu albúm no Facebook e a minha playlist no Youtube, e assista à minha conversa com os criadores do documentário satírico entitulado “The Haircut, a North Korean Adventure”.
O Palácio Infantil de Mangyongdae em Pyongyang é uma extensa infra-estrutura extra-curricular onde são oferecidas às crianças aulas de desporto, dança e música (coreana e não só), línguas estrangeiras, ciência, computação, caligrafia, bordado e muito mais. Diariamente cerca de 5.000 crianças utilizam esta instalação. Pode bem ser as crianças mais talentosas de Pyongyang e arredores, mas incentivo ao desenvolvimento de talentos é algo feito em todo o lado. Ao contrário daquilo que se passa em muitas nações ocidentais, na RPDC as aulas são gratuitas.
A Escola Internacional de Futebol de Pyongyang abriu em 2013. O complexo inclui um gigantesco estádio e uma escola onde se ensina todoo tipo de disciplina, com o futebol como foco central para os aproximadamente 200 alunos. Várias turmas treinam as suas habilidades ao ar livre, fazendo exercícios de aquecimento ao som de música energética. Quando eu há uns anos atrás vivia na Coreia do Sul, costumava fazer os aquecimentos das aulas de Taekwondo recorrendo a exercícios semelhantes.
Estudantes no Palácio Infantil de Mangyongdae tocando kayagun, o instrumento tradicional coreano. Oiça a performance aqui.
Numa escola secundária de Pyongyang. Os estudantes falaram em inglês sobre o universal desejo de paz, e uma jovem instou pela luta pela paz. Em relação ao temas do armamento norte-coreano, um adolescente afirmou: "Nós produzimos mísseis balísticos intercontinentais não para invadir outros países mas sim para assegurar a defesa da nação. Para se proteger um país, é preciso que se tenha uma poderosa defesa."
Em relação às minhas perguntas sobre as sanções norte-americanas, uma jovem respondeu: "As sanções não são justas, o nosso povo não fez nada de errado contra os EUA." Outro rapaz falou sobre o silêncio em torno do uso norte-americano de bombas nucleares sobre civis: "Porque é que pessoas de todo o mundo aplicam sanções contra nós? Porquê só nós? Porque é que não podemos aplicar sanções contra os EUA? É injusto, é completamente errado,"
Num corredor da Escola Secundária, um cartaz encoraja os estudantes a alertar as autoridades caso encontrem munições não detonadas (UXO's). O nosso anfitrião, Kim Song-Nam, disse-nos: "Ainda continuamos a descobrir bombas antigas, por exemplo, quando cavamos para construir as fundações de um prédio". Este artigo relata a descoberta de quase 400 UXO's perto de um parque infantil do ensino primário, que camponeses periodicamente, encontram UXO's, e que a limpeza de todas estas bombas pode levar mais de 100 anos. No Museu da Guerra de Pyongyang aprendemos que: "Havia em Pyongyang 400.000 pessoas e foram largadas 428.000 bombas, mais bombas que o número de habitantes", de acordo com o guia do museu.
O Centro de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, concluído em 2015, é uma enorme estrutura aquecida com energia geotérmica e que tem no interior relva natural irrigada por gotejamento. Os seus mais de 3.000 computadores são alimentados a energia solar, a biblioteca possui livros em 12 línguas estrangeiras, e um programa de aprendizagem à distância permite que pessoas de todo o país estudem e obtenham um diploma equivalente ao de estudos realizados numa universidade.
Assista a uma visita ao centro.
Um estudante na secção de aquários do jardim zoológico de Pyongyang. Confirmado que o jardim zoológico estava bem mantido, de longe o mais interessante foi observar as interacções humanas, desde as dos alunos até às do adultos. Os coreanos retribuem os nossos sorrisos com profundos e genuínos sorrisos. Assista a um vídeo filmado no jardim zoológico.
O Hospital Pediátrico de Okryu é um edifício de seis andares com 300, localizado nas mas imediações da maternidade de Pyongyang. As sanções dos EUA contra a RPDC impedem a entrada de equipamento como o necessário à realização de tomografias computorizadas (TAC's). Embora desafiosamente orgulhosa do sistema de saúde nacional, a Dra. Kim Un-Song falou da raiva que sente enquanto mãe: "Isso é desumano e contra os direitos humanos. Medicamentos necessários para as crianças encontram-se sancionados".
O hospital pediátrico providencia aulas para crianças internadas, para que estas possam continuar os seus estudos no hospital.
O Dr. So-Yung (60 anos) trabalha no departamento de tele-consulta do Hospital Pediátrico. "Temos contatos com hospitais provinciais e distritais, principalmente sobre doenças, infantis incluídas. Quando eles têm dificuldades com os diagnósticos, fazem pedidos de consultas a este hospital ", explicou. "Não consigo suprimir a raiva sentida em relação às sanções impostas pelos EUA e outros países. No entanto, no geral, isso não afecta nosso sistema de saúde. Temos um sólido sistema de saúde, estamos dando um tratamento adequado às pessoas e estamos a produzir os nossos próprios medicamentos".
Enquanto caminhava num trilho junto à cascata de Pakyong, a mais de 100 km a sul de Pyongyang, encontrei um grupo de homens e mulheres grelhando carne. Junto à cascata, outros mais comiam carne grelhada, peixe, ovos cozidos, kimbap ("sushi coreano") e kimchi (legumes fermentados), enquanto bebiam soju (uma bebida alcoólica). Tendo vivido na Coreia do Sul, esta é uma cena à qual assisti vezes sem conta junto ao mar ou nas montanhas. Assista a este vídeo e a este.
Por detrás de uma árvore junto a uma cascata, soldados revezam-se para tirar fotografias com a cascada como pano de fundo. Mais tarde, fizeram o mesmo na cascata. Veja aqui.
Um grupo de homens sentados conversando junto a uma cascata.
A Coreia do Norte tem sofrido duros períodos de seca e de fome. As brutais sanções de longa data impostas pelos EUA e a destruição do país não ajudam em nada. Ainda assim, viajando por centenas de quilómetros a sul de Pyongyang, passámos por infinitos e luxuosos campos de milho e arroz.
Lotes de terra rodeiam as casas da Cooperativa Agrícola de Jangchon. As casas estão equipadas com painéis solares para aquecer água e usam gás metano para cozinhar. Song Myong-Oh mudou-se com o marido do condado de Kangnam para aqui. Junto à sua casa crescem beringelas, pimentos, milho e ervas aromáticas. Sobre as ameaças dos EUA contra a Coreia do Norte disse-nos: "Embora não desejemos a guerra, não temos medo dos EUA".
Dentro do infantário da Cooperativa Agrícola de Jangchon. A cooperativa inclui um centro cultural para reuniões e eventos, e inúmeras estufas.
No Parque de Diversões Kaeson dentro da cidade, uma noite, interagi com várias pessoas e experimentei alguns dos passeios disponíveis. O parque estava cheio de famílias e crianças, incluindo um grupo de jovens de 14 anos que já haviam visitado várias vezes o parque. Uma professora da cidade de Nampo disse-nos que trás frequentemente os seus alunos a visitar o parque. Um jovem que seguia ao meu lado num dos passeios ia filmando com o seu telemóvel. Com bilhetes de entrada a 200 Won da Coreia do Norte (cerca de 22 cêntimos de dólar), as filas são longas. Foto: Um segundo parque de diversões fora de Pyongyang.
Sob ocupação colonial japonesa, os trabalhadores da fábrica de seda de Pyongyang trabalhavam em condições insalubres. Quando a Coreia ganhou independência, as condições foram gradualmente modernizadas e melhoradas. A fábrica actual é limpa e bem iluminada, com água refrigerada em toda parte. Os 1.600 trabalhadores trabalham por turnos de oito horas, com incentivos financeiros para aqueles que excedem as suas cotas. Um infantário oferece assistência à infância, e as mulheres solteiras têm acomodação no local, com uma cafeteria e áreas de desporto e lazer.
Uma frutaria em Pyongyang. Em pequenos stands deste tamanho também se vendem lanches, doces, água, refrigerantes, cerveja e gelados.
Um bar e restaurante giratório no topo do Hotel Yanggakdo tem vista para uma cidade moderna e reconstruída. A RPDC recebe turistas de todo o mundo - especialmente da China e do Japão, mas também sul-coreanos - e está continuamente abrindo novas áreas para o turismo. O potencial para mais turismo norte-americano foi recentemente bloqueado com a proibição de viagem criada pelos EUA e em vigor desde 1 de setembro de 2017.
Em Panmunjom, junto à zona desmilitarizada, uma pessoa aprende sobre o lado norte-coreano da história, incluindo as mais de 8400 violações de cessar-fogo dos Estados Unidos. Uma das muitas violações notáveis foi a embarcação de espionagem USS Pueblo, agora exposto no exterior do museu de guerra de Pyongyang. Os norte-coreanos propuseram, em várias ocasiões, conversações para um acordo de paz, sempre "sem resposta positiva do lado norte-americano".
Isso é algo que o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, que visitou a RPDC três vezes, confirmou quando disse que se encontrou com Kim Il-Sung em 1994 "num momento de crise no qual ele [Kim Il-Sung] concordou em colocar todos os seus programas nucleares sob rigorosa supervisão da Agência Internacional de Energia Atómica, alcançar um acordo mútuo com os Estados Unidos sobre um tratado de paz permanente e realizar cimeiras com o presidente da Coreia do Sul ". Carter afirmou que Kim Jong-Il lhe prometera honrar estas promessas.
Num corredor junto à zona desmilitarizada, um conjunto de fotos retratam as reuniões de 2000 e 2007 entre o Norte e o Sul acerca da reunificação, bem como o apoio popular a sul e a norte. O nosso guia em Panmunjom disse-nos: "A 7 de Julho de 1994, no dia anterior à sua morte, o Presidente Kim Il-Sung examinava documentos sobre a reunificação. Ele dedicou toda a sua vida a isso ".
O metro de Pyongyang é um passeio de três minutos em escadas-rolantes debaixo do solo que dá para uma série de estações em mármore com lustres elaborados e belas pinturas de parede. Os passageiros variaram entre pessoas bem vestidas, mulheres em vestidos bonitos e saltos altos, e outras ainda em blusas e calças casuais. Mosaicos e gravuras retratam cenas de agricultura, construção, fábricas ou reconstrução. Andar de metro custa o equivalente a alguns cêntimos. O grupo de turismo, Uri Tours, informa que meio milhão de pessoas viajam diariamente de metro. Veja um vídeo do metro aqui.
Uma das nossas anfitriãs, Kim-Young, segurando a bandeira da RPDC. Atrás dela vê-se a torre Juche, cujo nome é uma referência à dominante filosofia da auto-suficiência. Um outro anfitrião nosso, Kim Song-Nam, explicou-nos: "A filosofia Juche foi criada pelo presidente Kim Il-Sung. A humanidade decide o seu próprio destino, dependemos dos nossos próprios recursos ".
Eva Bartlett, 20.10.2017
traduzido para o português por Luís Garcia
versão original em inglês: Photo-Report: The North Korea Neither Trump Nor Western Media Wants The World To See