Desespero mediático 5 - Palmira - Pensamentos Nómadas

Desespero mediático 5 - Palmira

09.04.16 | Luís Garcia

Quando é que começa a ser desesperante viver neste mundo absurdo? Simples.

Quando vejo tudo o que o exército sírio e russo fizeram para recuperar Palmira das mãos do ISIS ser quase por completo ignorado pelos media ocidentais. E nas poucas vezes em que contaram algo, foi através da manipulação interessada e parcial da parte da estória que lhes apeteceu contar. Por isso escrevi:

Desespero mediático 1 - Síria

Quando é que começa a ser desesperante viver neste mundo absurdo? Simples.

Quando vejo o que vi no lixo-propaganda da France24, onde jornalistas prostituídos entrevistam terroristas pagos pelo ocidente (França entre os principais) e, como resultado, transformam, de forma abjecta e anti-profissional, os bravos sírios que libertaram a sua cidade síria de Palmira em vis bárbaros pilhando a (sua própria) cidade! Leiam este artigo a propósito:

Desespero mediático 4 - France24

E lembram-se do que disse a merda-humana do porta-voz do Pentágono a propósito da recuperação de Palmira por parte do exército legítimo da Síria, quando afirmou que "não tinha a certeza se Palmira não estaria em melhor situação nas mãos do ISIS do que nas mãos de Assad"!?! Não? Vejam ou revejam então o seguinte vídeo no momento 2m44s:

Conteúdo não suportado.

Por tudo isto, desespero quando a verdade factual, provada, irrefutável, mostrada pelos vídeos e fotografias acabados de ser captados por sírios, e contada pelos sírios que lá estão neste preciso momento em Palmira, NÃO é ouvida, não é dita, não é repetida, não é espalhada pelos nossos media de não-informação.

Preferem mostrar essa treta de Panama Papers que não são nem do Panamá nem são de papel, antes uma incoerente piada de mau-gosto dos EUA, que tanto latim gastaram criticando verdadeiras fugas de informação como as de Assange e Snowden, ao ponto de os acusarem de espiões, terroristas e violadores, e que agora os emitam (de forma muito fraquinha), usando organizações como a OCCRP* ou a agência governamental USAID* como meios de alcançar objectivos capitalisto-financeiros (destruição de todas as off-shores que fazem concorrência às suas off-shores), de pôr em ordem os seus fantoches e fazê-los relembrar quem é o chefe (como os bárbaros líderes dos estados árabes do golfo e o líder do regime nazi da Ucrânia, Petro Poroshenko) e, claro, a parte mais mediatizada, de destruir ainda mais a imagem dos seus bravos inimigos de estimação como Vladimir Putin, Mahmoud Ahmadinejad ou Bashar Al-Assad (que nem sequer figuram na lista do Panamá Treta). Enfim, para quem quiser aprofundar o tema, proponho a leitura do artigo da Rede Voltaire intitulado Porquê os «Papéis do Panamá»?

Que o Presidente Ahmadinejad tenha criado sociedades off-shore, para contornar o embargo do qual o seu país era vítima e vender petróleo, não só não é um crime, mas, sim todo um elogio. (Thierry Meyssan, a propósito das contas bancárias de familiares de Al-Assad reveladas pelo Panama Papers)

E já agora, vejam também este vídeo da Russia Today sobre o mesmo tema:

Conteúdo não suportado.

Mas voltando ao assunto do artigo, neste momento, e apesar da enorme destruição e dos sofrimentos e traumas ainda tão recentes, já há sírios voltando a Palmira, com a protecção das tropas sírias (que são civis sírios também, não esquecer que 90.000 já morreram e, se o exército se refez, foi com mais sírios e não com mercenários estrangeiros como a bandalhada de pseudo-rebeldes terroristas) e com ajuda do governo sírio, o qual, embora vítima do criminoso embargo ocidental (de que ninguém nunca falou nos media portugueses e que tem contribuido também e muito para o número total de vítimas), conseguiu encontrar autocarros para transportar os sírios que decidiram voltar para casa em Palmira e Cariate, assim como engenheiros e técnicos que trabalham contra o tempo na recuperação dos serviços públicos básicos como água e electricidade.

Graças à agência de notícias síria SANA e à possibilidade de comunicar directamente com sírios na Síria através das redes sociais, é possível ainda assim ter acesso (não mediático, pelo menos no ocidente) a imagens que nos mostram o que por lá se passa de verdade. As fotografias dos 3 álbuns seguintes são todas de ontem, 8 de Abril de 2016:

Civis sírios voltando a Palmira