Adeus ò Ratzinger, triste inquisidor!, por Luís Garcia
Nos tempo modernos, críticas e pensamentos desconstruindo ou atacando as incoerências e disparates escritos na Bíblia passaram a ter uma reacção no mínimo divertida: já não tendo mais por onde argumentar, os senhores da igreja passaram a defender a bíblia e as suas absurdidades explicando que "o que lá vem escrito não é para ser levado à letra", que "Adão e Eva são metáforas", que "é preciso interpretar cuidadosamente as escrituras", etc.
Ora, andava aqui eu a ler umas coisas sobre o senhor Pierre Teillhard de Chardin (padre jesuíta francês e paleontólogo) que tinha umas ideias engraçadas - por exemplo, tentou modernamente conciliar a doutrina cristã com a teoria da evolução -, e vejam o que descobri: este senhor, por heresias como as de considerar precisamente o mito de Adão e Eva uma metáfora, e por considerar também que o "pecado original" daquele casal lendário mais não seria senão uma metáfora da "propensão natural do homem para o mal", acabou por ser chamado em 1962 a Roma pelo Santo Ofício, e convidado a abandonar estas suas teses que de acordo com aquela instituição continham "erros sérios e ofensivos para a doutrina católica".
No tempo em que a igreja defendia já a "interpretação da bíblia" e o "não levar à letra", condenava no entanto um dos seus por o fazer. Tudo bem, incoerências, nada de novo nesta organização. Interessante foi descobrir que o cardeal prefeito da Santa Congregação para a Doutrina da Fé (nome moderno para Inquisição) na altura era o nosso querídissimo Ratzinger, papa Bento XVI que está prestes a deixar de o ser....
Luís Garcia, Ribamar, Portugal, 16.02.2013
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